O Pioneiro publica esta semana, em ordem alfabética, entrevistas com os candidatos à Presidência. Dos 13 postulantes, seis respostas foram formalizadas e enviadas pelas candidaturas, conforme a solicitação do jornal, e estas estão sendo publicadas até sexta-feira. Oito temas foram apresentados aos candidatos. O quinto a responder é Henrique Meirelles, do MDB.
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Conheça as propostas de Henrique Meirelles, candidato do MDB a presidente da República
Oito temas para Geraldo Alckmin, candidato a presidente da República pelo PSDB
Oito temas para Alvaro Dias, candidato a presidente da República pelo Podemos
Oito temas para Fernando Haddad, candidato a presidente da República pelo PT
Oito temas para Guilherme Boulos, candidato a presidente pelo PSOL
1. Refugiados venezuelanos
"A situação da Venezuela é dramática. A situação dos venezuelanos, pior ainda. Temos que agir é para que a situação de Venezuela mude. Mas o Brasil tem que atender a sua postura humanitária e de abrigo que sempre teve historicamente. De um lado, o Brasil tem uma política de respeito aos Direitos Humanos. De outro, temos que preservar os interesses da população de Roraima. Temos que providenciar recursos para Roraima acomodar aquela população. Temos que compatibilizar essas duas questões. Em primeiro lugar, vamos ter que promover a interiorização, a transferência das pessoas para outros lugares do país."
2. Habitação popular
"Vamos ampliar o Minha Casa, Minha Vida, Com ações conjuntas, com uma maior participação do BNDES, de bancos públicos e uma maior abertura para competitividade no setor financeiro, nós poderemos destravar a Caixa Econômica Federal, com capitalização, para retomada imediata do financiamento habitacional, inclusive, de moradias populares. Eu tenho um histórico de vida. Eu entrego resultado. Então, é um compromisso, não é uma promessa. Vamos regularizar todas as moradias irregulares no Brasil em quatro anos. Também apenas 20 cidades brasileiras entre as 100 maiores têm tratamento de esgoto 100%, um grande número de cidades sequer tem tratamento de esgoto, é um grande propagador de doenças. Vamos garantir saneamento em todas as moradias. Nós precisamos garantir moradia digna, regularização fundiária e tratamento de esgoto para toda a população."
3. Criança e adolescente
"Meu pai e minha mãe eram professores. Eu sou filho da educação pública. Tudo começa nas creches, onde a criança forma sua base de aprendizado. Vamos criar o Prouni das creches. A criança que não tiver vaga em creches públicas terá em creche particular, com uma bolsa paga pelo governo. A partir daí, o importante é que haja qualidade, em primeiro lugar. Depois, criando mais vagas no Ensino Médio, maior qualidade e mais ensino técnico profissionalizante para preparar de fato jovens para entrar no mercado de trabalho. E temos que aumentar a oferta do Fies. (Para se qualificar) Tem o fator renda, certamente, mas tem o fator também de aprendizagem, qualificação. Temos que colocar metas para alunos e professores. É muito importante seguir expandindo também o ProUni."
4. Espera no SUS
"O SUS tem que ser complementado pela iniciativa privada, mas existe estudo do Banco Mundial que mostra que nós podemos melhorar muito a eficiência do SUS sem aumento de gastos, através da informatização, eliminação de burocracia e aumento da eficiência. É um projeto que eu tenho chamado Cartão Saúde. É um cartão universal. O bebê nasce e já recebe o cartão. É um cartão eletrônico com o sistema central do SUS que vai diminuir o custo do SUS. A criança foi ao pediatra, médico, posto de saúde, todo o histórico passa a ser registrado no cartão. O cartão permite um sistema eletrônico de marcar um horário, local, você vai ser atendido com recursos de informação disponíveis, do grande hospital até o pequeno centro de saúde no interior. Isso acabará com filas de espera. E vai ter recurso? Vai. Ao informatizar, esse custo cai."
5. Bolsa Família
"Se for eleito, vou ampliar o Bolsa Família. Precisamos ampliar os benefícios sociais. Vou criar o Cartão Família, que vai destinar 20% a 30% do valor do Bolsa Família para ser usado livremente. Precisamos, sim ,fazer uma expansão do programa social como Bolsa Família e progredir, por quê? Porque, na medida em que muitas pessoas, apesar da maior disponibilidade de empregos, não possam trabalhar, é importante que exista programa social pra atender a essas pessoas. A população tem que ter o direito de ter pelo menos as suas necessidades básicas atendidas. E a partir daí, sim, pode ter disponibilidade de trabalhar e melhorar sua realidade."
6. Rio Grande do Sul
"Meu vice, Germano Rigotto, já foi governador. O Rio Grande do Sul está na rota do crescimento. Aqui tem indústria de ponta, agronegócio de ponta, empreendedores de primeiro nível. Vamos consolidar a questão fiscal. O Estado já teve uma economia inicial da dívida do saldo de R$ 5 bilhões. E uma diminuição dos pagamentos anuais de cerca de R$ 2 bilhões. E o Estado já começou a se recuperar. Isso tudo já pode gerar economia enorme. Adiar o pagamento de todas as dívidas e ter autorização para vender companhias estatais que o governo não precisa ter. Eu já dirigi uma instituição global com presença em 32 países. Vamos fazer muito pelo Brasil e pelo Rio Grande do Sul."
7. Combate às drogas
"Nós temos que separar duas coisas. Primeiro, bloquear e combater o tráfico. Não podemos simplesmente prender o usuário da maconha. Precisa ter penas alternativas, programas de recuperação. A experiência mostra que, na situação das prisões brasileiras, um jovem que foi pego consumindo um pouco de maconha vai sair de lá pior do que entrou. Temos que evitar isso. O consumo deve ser desincentivado através de reeducação. Mas ninguém deve ser preso por consumo de maconha. A lei já diz isso. Temos que combater, sim, duramente o tráfico, a oferta de drogas, em especial as mais pesadas e, fazer programas de recuperação, de prevenção, usando toda a estrutura, inclusive das organizações civis. Isso é o melhor que pode se extrair da experiência internacional."
8. Geração de empregos
"Criamos 2 milhões de empregos no ano de 2017. É pouco, temos 14 milhões de desempregados. Mas é um início muito forte. Eu me comprometo em criar 10 milhões de empregos em 4 anos. Eu, como presidente do Banco Central no Governo do Lula, já mostrei como fazer, sei como fazer, tenho uma história que já mostra isso. Não fico no falatório. Criei 10 milhões de empregos de 2003 a 2010. Vamos crescer a taxas elevadas nos próximos anos, criar mais 10 milhões de empregos e manter a inflação controlada. Isto é que é importante para o povo: emprego, inflação controlada e serviços públicos de alta qualidade. Fiz isso com dois presidentes diferentes, e vou fazer de novo. Eu sirvo ao Brasil. Ao contrário do que muitos candidatos dizem, não se cria emprego no grito. Se cria emprego com a política econômica correta. Com confiança e investimentos."