Como escolher um candidato? Conhecer vida e obra e analisar propostas é um bom começo. E é isso que estudantes do Ensino Médio da Escola Estadual São Caetano, em Caxias do Sul, estão fazendo desde a metade do mês de agosto. Nas aulas de História, Sociologia e Filosofia, as turmas do segundo e terceiro anos pesquisam sobre os nomes que se apresentam nesta eleição ao Governo do Estado e à Presidência da República e procuram identificar propostas que atendam às necessidades dos jovens.
O projeto, desenvolvido pelas professoras Alessandra Lazzari, de História e Sociologia, e Tenisa Zanoto Boeira, de Sociologia e Filosofia, foi dividido em duas partes: na primeira, falaram sobre a organização do Estado e as diferentes teorias políticas. Na segunda, que ainda está em execução, os alunos estão lendo sobre a história e o plano de governo de um candidato.
Além de propostas para a juventude, eles avaliam o que há para economia, esporte, cultura, trabalho, educação, saúde, segurança e direitos humanos. A atividade é realizada individualmente ou em dupla.
O ponto alto será na próxima semana, com a apresentação dos trabalhos. Lorhana Argenta, 16 anos, pesquisou sobre o candidato do PDT a presidente, Ciro Gomes. Embora tenha mergulhado no presidenciável, não sabe se votará nele. A adolescente, que irá votar no dia 7, mesmo sendo facultativo o exercício do voto em sua faixa etária, não decidiu nenhum dos seis votos a que tem direito.
Ela espera que o encerramento da atividade a auxilie na decisão. Mesmo ainda sem saber em quem irá votar, uma certeza ela já teve com o trabalho.
— Tira essa visão de extremos — diz a aluna do segundo ano.
Para o colega Gianluca Becker, 19, o candidato em análise é José Ivo Sartori (MDB), que concorre à reeleição ao Governo do Estado. Por ser o atual governador, ficou mais fácil ter informações sobre ele.
Com o trabalho, o jovem diz ter reafirmado algumas convicções e passou a perceber que há muita desinformação entre as pessoas:
— É um trabalho informativo, vamos aprendendo.
Uma nova percepção
Para realizar a atividade, a internet tem sido fundamental, tanto em casa quanto em sala de aula. Celular durante as aulas é liberado para acesso a sites como o do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A pesquisa em sites oficiais e confiáveis foi uma das dicas das professoras.
Apesar do pouco tempo de projeto, Tenisa conta que já é possível ver algumas mudanças na percepção dos alunos. Duvidar de informações que circulam em redes sociais foi uma delas.
– No começo, eles acreditavam em fake news. Mas começaram a perceber que precisavam procurar em fontes confiáveis – diz.
Com a atividade, que vale como avaliação das disciplinas, as professoras esperam que os estudantes consigam mais do que ponto para serem aprovados no final do ano.
– A intenção é dar instrumentos para que eles possam compreender a sociedade e fazer suas escolhas – deseja Alessandra.
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