Cinco pré-candidatos à Presidência da República anteciparam nesta quinta-feira, durante a Conferência Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale), em Gramado, o debate eleitoral deste ano. Foi uma espécie de ensaio para o pleito. Álvaro Dias (Podemos), Ciro Gomes (PDT), Guilherme Boulos (PSOL), Henrique Meirelles (MDB) e Manuela D’Ávila (PCdoB) puderam se apresentar, cada um, pelo tempo de 10 minutos, e responderam perguntas sobre diferentes temas, com tempo cronometrado também – embora sem o rigor de um debate oficial.
Meirelles, do mesmo partido do presidente Michel Temer, fez a defesa do governo federal. Citou a inflação de 2017, a menor dos últimos 20 anos, como uma conquista importante:
– O Brasil voltou a crescer, voltou a ter esperança.
Com um discurso de equilibrar as finanças antes de investimentos, o ex-ministro da Fazenda, acabou sendo bombardeado pelos demais pré-candidatos, principalmente Manuela, Boulos e Ciro. Os três fizeram questão de ressaltar as diferenças com o emedebista.
– Eram 50 milhões de carteiras assinadas quando (Carlos) Lupi era ministro (do Trabalho) de Lula. Hoje, são 32 milhões de carteiras assinadas – frisou Ciro.
O Poder Judiciário também não foi poupado. Para Boulos, há um processo de judicialização da política. A Justiça, diz ele, não pode se colocar acima do voto popular – numa clara crítica ao juiz Sergio Moro e ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Temas da eleição
A importância da eleição deste ano foi ressaltada por Álvaro Dias, a mais importante desde a redemocratização, segundo ele. Os benefícios de uma parcela da população foram questionados pelo senador – o assunto deve estar na pauta eleitoral do Dias.
– Se fossemos iguais, não estaríamos discutindo o fim do foro privilegiado.
Também estará no debate eleitoral, no que depender da deputada estadual Manuela D’Ávila, temas de responsabilidade dos Estados, como ensino médio e segurança pública. Ela defendeu a recomposição da capacidade de investimentos dos Estados e municípios.