A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) já perdeu as contas de quantas informações improcedentes sobre o desaparecimento de Naiara Soares Gomes, 7 anos, chegaram à equipe nesses cinco dias de investigação. O delegado Caio Márcio Fernandes, que conduz o caso, pede que apenas dados consistentes sejam encaminhados a fim de ajudar o trabalho da polícia.
Segundo o delegado, desde a última sexta-feira, dia em que a menina desapareceu, têm surgido declarações falsas das mais variadas. Entre elas, a de que a mochila que ela usava teria sido vista em determinado ponto da cidade. Uma diligência foi organizada e ao chegar ao lugar descrito, nada foi encontrado. Indicações de que a criança teria sido vista nos mais diferentes locais também chegaram aos montes à delegacia. Além disso, religiosos teriam procurado a polícia para indicar supostos paradeiros da garota. Nada foi confirmado, até o momento.
Todas essas informações, até serem verificadas e descartadas, demandam tempo, deslocamento e emprego de esforços que poderiam estar concentrados na apuração de indícios concretos, diz o delegado.
– É um desgaste, porque não deixamos de verificar nada, e são horas de trabalho empregadas para descartar alguma coisa – explicou o delegado.
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As redes sociais são o meio onde mais se propagam informações falsas. De acordo com Fernandes, já circulou até que a menina havia sido localizada. Daí, a importância de as pessoas terem cautela e não compartilharem fatos relacionados ao caso que não tenham sido comprovados.
A não divulgação de alguns aspectos da investigação, por parte da polícia, também está relacionada à busca por informações verdadeiras, já que, conforme o delegado, é "com base nos dados concretos que é feita a triagem das informações que chegam." Esse cuidado, o delegado também está tendo em relação ao envolvimento de um carro branco no desaparecimento:
– As testemunhas narram que ela foi vista próximo a um carro branco parado na rua. Não narram que a viram entrando (no veículo). Por isso, temos que ter cuidado. As imagens não captam isso. São questões circunstanciais que acreditamos ser uma possibilidade concreta, mas que as imagens não mostram. Portanto, também não descartamos a possibilidade de um outro carro – pondera Fernandes.
A preocupação do delegado se justifica no sentido de não iniciar uma "caça às bruxas" a qualquer pessoa que tenha um veículo da mesma cor e que se aproxime de escolas, até mesmo para buscar os filhos.
Quem tiver algum dado que possa colaborar verdadeiramente com ação policial, pode informar pelo 190, da Brigada Militar, pelo 197, da Polícia Civil, e pelo (54) 3238 7700, da Central de Polícia (24 horas) ou (54) 3214 2014, da DPCA, em horário comercial.
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