O homem que foi preso no bairro Serrano e confessou ter raptado, estuprado e matado Naiara Soares Gomes, sete anos, não está mais em Caxias do Sul. A transferência do investigado para uma casa prisional da Região Metropolitana ocorreu na manhã desta quinta-feira. A mudança foi decidida após conversas entre o Poder Judiciário e a Superintendências dos Serviços Penitenciários (Susepe).
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O preso temporário passou a madrugada desta quinta-feira em uma cela individual no Presídio Regional de Caxias do Sul para que fosse resguardada sua integridade física. A Susepe ressalta que sua obrigação legal é resguardar a integridade física de qualquer pessoa presa, independentemente do crime cometido ou sobre o qual é investigado.
A transferência do suspeito é uma medida de segurança diante da revolta de populares com o Caso Naiara. Após a prisão do investigado, grupos realizaram protestos em frente à Central de Polícia e ao Presídio Regional, na BR-116. Representantes da Polícia Civil e da Brigada Militar (BM) conversaram, em diversos momentos, para acalmar os populares e explicavam que justiça estava sendo feita. Os manifestantes reclamavam que os policiais estavam "protegendo um bandido".
Outro temor era que a revolta e as diversas mensagens de linchamento espalhadas pelas redes sociais chegassem até os outros presos e causassem transtornos dentro das casas prisionais de Caxias do Sul. Em uma casa que mantém centenas de criminosos recolhidos, qualquer ação violenta pode ser um estopim para uma rebelião. Por esses motivos, foi decidida a transferência do investigado e seu destino não foi divulgado.
Nome não divulgado
Os inúmeros boatos e informações falsas que rodearam o Caso Naiara levaram a Polícia Civil a blindar a investigação. O acordo de não repassar qualquer informação sobre a investigação era evidente na fisionomia dos policiais envolvidos e ficou ainda mais forte na quarta-feira, dia da prisão. Assim, o nome do preso temporariamente, em nenhum momento, foi divulgado oficialmente pela Polícia Civil.
A justificativa da Polícia Civil é que a prisão é temporária e há temor de que a comoção popular resulte em outro crime. Mesmo que não existam dúvidas sobre a autoria do crime, juridicamente esta ainda é considerada uma fase preliminar das investigações.