Familiares, amigos, moradores de bairros da zona sul de Caxias do Sul e até quem não conhece a pequena Naiara Soares Gomes, sete anos, desaparecida desde a manhã da última sexta-feira, estão unidos em busca do paradeiro da criança. Na noite desta terça-feira, em frente a um supermercado na Avenida Bom Pastor, no bairro Kayser, centenas de pessoas se juntaram numa única corrente: reencontrar a menina.
Vestindo camisetas com a frase “Volta Naiara”, segurando cartazes e lanternas e com o apoio de um carro de som, o grupo seguiu em direção ao último local onde uma câmera gravou a passagem da criança, na Rua Júlio Calegari, no bairro Esplanada. A intenção era procurar pela menina em outros pontos e também difundir o desaparecimento ao máximo de pessoas. A garota sumiu enquanto fazia o trajeto da casa onde mora com tios, primos e dois irmãos, no Loteamento Monte Carmelo, até a Escola Municipal Renato João Cesa, no bairro São Caetano.
— Desde a hora em que fiquei sabendo do desaparecimento, fiquei muito preocupado e precisava vir caminhar com todos. Chamei minhas tias, pegamos uma lanterna e fomos juntos para encontrar a menina — disse João Vitor Zanchin Valentin, sete, que não conhecia Naiara.
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Entre aqueles que se sentiram tocados pelo desaparecimento de Naiara estavam pais aflitos e mães emocionadas. Motivados e focados, todos seguiram em caminhada para buscar informações sobre a menina.
— Eu tenho um filho pequeno, jamais poderia me imaginar numa situação como essa. Ela precisa aparecer, quem está com essa menina precisa devolver ela. Vim para juntar forças e ajudar a procurar — disse o metalúrgico Marcelo Silva da Costa, que ficou sabendo da caminhada pelas redes sociais.
O ato, conforme a tia de Naiara, Maria de Lourdes Gomes, foi organizado para chamar a atenção e sensibilizar toda a cidade.
— Percebemos que muitos ainda não sabiam do caso quando fomos entregar folderes com a foto dela em alguns bairros da redondeza. Quanto mais gente souber do desaparecimento, mais chances vamos ter de encontrá-la. Muitas pessoas estão nos ajudando, estão fazendo as camisetas por conta própria. É uma corrente mesmo, todos procurando por qualquer sinal.
A esperança de encontrar a menina, aliás, ultrapassa a ligação familiar: quem mora ou trabalha nas proximidades da casa e da escola de Naiara está em alerta 24 horas por dia. O sumiço da criança virou assunto em rodas de amigos e até mesmo na fila do supermercado. A aposentada Helena Maria Balbinot, 70, conta que dentro do ônibus que embarcou no início da semana, muitos passageiros falavam sobre o desaparecimento da menina e olhavam atentos pelas janelas à procura dela:
– Estamos todos angustiados e procurando por essa menina. Não a conheço, mas me coloco no lugar da família e meu coração fica apertado. A gente faz o que pode e também torce para que ela apareça bem.
No Mercado Berzan, onde imagens retratam a passagem dela no dia do desaparecimento, o clima também é de solidariedade. A garota é conhecida no estabelecimento porque sempre passava por ali para pegar algumas balas. Mário Bernardi, proprietário do mercado, afirma que Nayara costumava passar pelo local diariamente e, na maioria das vezes, sozinha:
– É uma menina muito esperta, entrava feliz aqui, pegava umas balinhas e ia na direção da escola. Tinha dias que não a via, pois abria o mercado um pouco mais tarde, mas sempre que estava aberta a porta ela entrava para dar oi. No dia em que sumiu, eu não estava aqui ainda. Não a vi passar.
A corrente que se formou em torno da família também se estende ao colégio dela. Por lá, direção, coordenação e professores estão mobilizados.
— Estamos motivados pela esperança de encontrar a Nayara. O que tiver ao nosso alcance será feito. É uma angústia sem fim. Só o que queremos é que ela volte — confia o diretor da instituição, Alexandre Rizzi.
Como Ajudar
Ao sair de casa, na última sexta-feira, Naiara vestia camiseta rosa com desenho de uma boneca, blusão rosa com branco e calça rosa. Ela carregava uma mochila nas cores rosa e roxo. A menina é magra e tem cerca de 1m20cm de altura. O cabelo é escuro e está cortado na altura dos ombros.
Quem tiver informações consistentes que possam ajudar a polícia, deve ligar para o 190, da Brigada Militar, para o 197, da Polícia Civil, para o (54) 3238 7700, da Central de Polícia (24 horas) ou (54) 3214 2014, da DPCA, em horário comercial.