Instituições de monitoramento sismológico no país confirmaram que foi mesmo um terremoto que atingiu Nova Petrópolis na semana passada. O tremor atingiu 2,2 graus na Escala Richter e foi registrado pelo Observatório Sismológico da Universidade de Brasília e pelo Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP). O fenômeno, considerado de baixa magnitude, não é incomum no Brasil, de acordo com Bruno Collaço, sismólogo do Centro de Sismologia da USP.
Tremores como o registrado na cidade da Serra acontecem todas as semanas no Brasil, segundo o especialista. A população não percebe tanto em função dos locais que eles ocorrem, normalmente em regiões afastadas das áreas urbanas. O epicentro do último tremor foi no município de Santa Maria do Herval, distante 30 quilômetros de Nova Petrópolis.
— Todas as regiões brasileiras estão sujeitas a esses tremores. Um tremor de magnitude 2, como o que ocorreu na semana passada, pode ser sentido pelas pessoas em um raio de mais ou menos uns 50 quilômetros. A população pode ter percebido esse tremor em função do horário que ele ocorreu, 21h56min. Nesta hora, normalmente, a maioria das pessoas está em casa e não há mais tanto ruído nas ruas. Isso aumenta as chances de se perceber as vibrações sísmicas.
O tremor em Nova Petrópolis foi relatado por cerca de 30 moradores na última quinta-feira, segundo o secretário de Agricultura e Meio Ambiente, Lucas da Costa de Lima. Todos seriam moradores das comunidades das linhas Imperial, Brasil e Araripe, no interior da cidade. A área de abrangência do fenômeno, ainda de acordo com o secretário, foi entre o km 10 e o km 18 da ERS-235. O mapeamento da região foi um dos dados levantados pela prefeitura para análise do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília e do Centro de Sismologia da USP.
— Pelo relatório, o tremor teve causas naturais e não é preocupante. Não tivemos informações de danos em estruturas, nem de feridos. Alguns relatos foram bem curiosos, como o de um senhor que estava olhando para um açude naquela hora e viu muitos peixes pulando na água de uma vez só — conta Lima.