Criminosos fizeram quatro crianças reféns durante um assalto a uma van escolar na manhã desta sexta-feira, em Caxias do Sul. As vítimas, que já foram resgatadas, têm entre oito e 10 anos e são alunas da Escola Caldas Junior. Conforme a proprietária do veículo, no momento do crime o motorista da van seguia pela Rua Aldo Locateli, no bairro Petrópolis, quando foi interceptado por um Vectra preto, por volta das 7h20min.
Do carro desceu apenas um bandido, que estava armado. Ele entrou na van e ordenou que o motorista andasse com o veículo. O outro criminoso permaneceu no Vectra. A todo momento, de acordo com a mulher, o criminoso ameaçava de morte as crianças. Elas foram liberadas, minutos depois, no bairro Serrano, sem ferimentos.
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— Meu motorista contou que o ladrão estava bem nervoso e pedia o celular das crianças. Mas elas são pequenas, não tinham o aparelho. Apenas a mais velha, de 10 anos, tinha um e escondeu na mochila — conta Claudia Oliveira, proprietária da CLTur Transporte.
Após a liberação, a menina ligou para familiares, que na mesma hora se deslocaram até o local e informaram a proprietária da van. Os criminosos fugiram com a van e, até o momento, não foram localizados pela polícia.
— Eu liguei para os outros pais. Foi desesperador, mas por sorte ninguém foi machucado. A gente trabalha sempre de forma responsável, cuida para que todas as crianças fiquem de cinto de segurança e daí acontece isso. Que esses bandidos levem o carro, levem dinheiro, mas deixem as crianças para trás. Olha o trauma delas agora. Me sinto um lixo — lamenta Cláudia, que há anos trabalha com o transporte de passageiros.
Segundo informações da Escola Caldas Junior, apenas uma menina foi levada para a instituição. As demais estão sob os cuidados dos familiares. As famílias, inclusive, já registram boletim de ocorrência. O caso deve ser investigado.
Em julho deste ano, diversos motoristas e proprietários de vans de Caxias protestaram e pediram por mais segurança em frente à prefeitura, após uma sequência de assaltos semanais. Porém, Claudia afirma que desde lá a situação até piorou.
— Eu trabalhava de noite e parei por medo. Não temos segurança alguma para fazermos nosso trabalho. Pagamos impostos, mas vivemos numa constante agonia. É revoltante _ desabafa.