Dois grupos que atuam no auxílio a pacientes de câncer de mama de Caxias do Sul, as Amigas de Peito e Alma e a Associação de Apoio a Pessoas com Câncer (Aapecan), uniram forças neste domingo para um ato de conscientização quanto à necessidade de prevenção à doença. Uma caminhada realizada à tarde reuniu cerca de 150 pessoas, que percorreram o trajeto entre a Praça João Pessoa, em São Pelegrino, até a Praça Dante Alighieri. Com apoio da Secretaria Municipal de Trânsito, a mobilização ocorreu de forma tranquila.
A caminhada integra uma série de atividades desenvolvidas no chamado Outubro Rosa, mês em que questões de conscientização ganham força em todo o mundo (no Novembro Azul, é a vez de chamar a atenção dos homens para o câncer de próstata). Entre os participantes, estiveram não apenas mulheres, mas também homens vestindo rosa em solidariedade à causa.
_ É um ato para conscientizar de que é preciso a mulher se cuidar e realizar os exames preventivos, pois quanto mais cedo for constatado o nódulo, maior a chance de cura. Temos aqui algumas funcionárias, mas principalmente usuárias do grupo que vieram passar essa mensagem _ explica Cristiane Battasini, 43, membro da Aapecan, que atualmente atende 300 pessoas, sendo em torno de 40 delas pacientes de câncer de mama.
Paciente desde 2013, a representante comercial Jussara Stecanela, agora aposentada, teve o primeiro nódulo constatado na mama esquerda. Dois anos depois, a mutação reapareceu na mama direita. Este ano, exames constataram nódulo no abdome e metástase no pulmão. Nestes quatro anos, já passou por 78 sessões de quimioterapia, de forma ininterrupta, a cada 21 dias.
_ O mais importante é que a mulher faça o autoexame e que tenha o diagnóstico de mais de um profissional. Dou como exemplo o meu caso, em que o primeiro médico que me examinou disse que meu nódulo era apenas "uma gordurinha", que não devia me preocupar. A demora até pedir os exames e ter os resultados foi de cinco meses, tempo que fez toda a diferença para agravar a doença _ conta.
Apesar da saúde comprometida, Jussara nunca perdeu o ânimo para seguir em frente. E considera a própria história como exemplo de que levar uma vida ativa é fundamental para superar as barreiras impostas pelo câncer:
_ Sempre fui uma pessoa muito ativa. Tenho três filhos maravilhosos e prometi que ia lutar, e estou lutando. Sempre fomos de frequentar CTG, de ir aos jogos do Juventude. Ao mesmo tempo, a Aapecan ajuda muito, disponibiliza psicólogo, promove bailinhos, nos leva a dar depoimentos para outras pessoas. Isso preenche minha vida e me faz ver que meu problema não é nada perto de outros bem maiores. A gente se ajuda e ajuda ao próximo contando a nossa história.