A revista geral no Presídio Regional de Caxias do Sul, ocorrida na manhã desta terça-feira, faz parte da Operação Pulso Firme. Deflagrada em 28 de julho, com uma megaoperação policial que realizou a transferência de 27 presos gaúchos para penitenciárias federais, a operação estadual tem como principal objetivo identificar e desarticular lideranças negativas.
Caxias do Sul, no entanto, viveu uma situação oposta no período. Doze dos 13 detentos transferidos durante a Operação Fratelli, da Polícia Civil, no dia 18 de abril retornaram para a Penitenciária do Apanhador em julho. A investigação identificou uma facção criminosa que pretendia dominar o tráfico de drogas em bairros de Caxias e que tinha sua base na Galeria A da cadeia. Os transferidos foram indiciados como líderes da organização.
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– Na época, a remoção foi solicitada porque havia uma predominância muito grande (do grupo criminoso) em homicídios e outros crimes, como roubos de veículos. O prazo (da transferência) não era uma decisão nossa. A Lei de Execuções Criminais determina que o preso volte para a sua comarca. Continuamos o nosso trabalho. A maioria deles têm penas altas, outros vários processos tramitando – explica o delegado regional Paulo Roberto Rosa da Silva.
A efetividade da Operação Fratelli, segundo a Polícia Civil, pode ser vista na redução de crimes, principalmente assassinatos, nos três meses seguintes. Foram 14 mortes por violência entre março e maio, menos da metade do que foi registrado no mesmo período em 2016, que teve 31 casos. Os números remetiam à violência do início dos anos 2000, quando a média era de cinco assassinatos por mês.
– O aspecto criminal deles terem o mando da organização e continuarem praticando com delitos (ainda que presos), foi demonstrado no inquérito policial. As prisões preventivas foram decretadas e permanecem. Com as transferências, conseguimos dificultar o contato deles e conseguimos desmobiliza-los – aponta o delegado Paulo.