A decisão das escolas de samba em não desfilar no Carnaval de Rua de Caxias do Sul, após a prefeitura anunciar que não destinaria dinheiro público para infraestrutura, não inviabilizou que as agremiações organizassem um novo evento. Enxuta e organizada pelas escolas de samba, a festa ocorrerá no sábado de Carnaval, dia 25, na Plácido de Castro. Sem desfile, a intenção é que as agremiações ocupem a Rua Plácido de Castro ainda durante o dia, convidando o público para a folia. Baterias das escolas farão a animação, que terá ainda mestre-salas, baianas e as musas de cada agremiação, além dos integrantes que desfilariam. O evento começará durante o dia para economizar com iluminação, já que os custos serão bancados pela Associação das Entidades Carnavalescas de Caxias do Sul (Assencar) e escolas de samba.
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– É uma forma de não passar em branco, de marcar a data do Carnaval. E então já começamos a pensar em como viabilizar o evento para 2018 – afirma o presidente do conselho da Assencar, Cassiano Fontana.
A ideia surgiu em reunião na noite da terça-feira, quando foi oficializada a decisão de não desfilar como nos anos anteriores. Membros da Acadêmicos do Pérola Negra, no bairro Mariani, defendiam a realização do desfile mesmo sem investimento público, mas acabaram cedendo diante da argumentação das demais agremiações.
_ Vamos ser sensatos. Até porque não podemos só pensar nas escolas de samba, tem a segurança de quem vai ir lá assistir, crianças, idosos. Foi a saída_ admitiu o presidente do Pérola Negra, Salésio Evangelista Macedo.
Além da festa prevista para o sábado de Carnaval, até lá, cada escola de samba organizará folias preparatórias em suas sedes. Não há cronograma ainda, mas sabe-se que as seis participantes oferecerão para a comunidade noites de samba e festa, de forma simples e barata.
A secretária de Cultura Adriana Antunes diz ter se reunido nesta semana com os representantes das escolas de samba, e reforçado o posicionamento de que não haveria verba para cachês e outras demandas como instalação de arquibancadas, sonorização, Plano de Prevenção e Combate a Incêndios (PPCI) e banheiros químicos. No entanto, se mostrou animada com a iniciativa dos grupos:
– Fico bem feliz no sentido deles terem se estruturado. A gente é parceiro para discutir ao longo deste ano outras formas de viabilização para o carnaval de 2018. O que a gente propõe é autonomia financeira, o que é mais trabalhoso que simplesmente dar o dinheiro a eles. Mas isto fará com que não dependam da prefeitura para saber se vai ter carnaval ou não, como aconteceu neste ano.