Estudantes e professores da UCS estão envolvidos em um audacioso projeto: a universidade é uma das 69 selecionadas em todo o Brasil para receber financiamento para pesquisa científica sobre o zika, vírus que está ligado à microcefalia e que tende a se espalhar com mais facilidade durante períodos quentes do ano, época em que o mosquito transmissor se reproduz com mais facilidade. O foco da UCS é pesquisar técnicas de diagnóstico da doença.
Atualmente, a rede pública de saúde na região Sul do país conta apenas com o teste PCR, que analisa uma amostra de sangue. O problema é que o resultado pode levar vários dias – no Rio Grande do Sul, a análise depende da demanda no Laboratório Central do Estado (Lacen). Outra alternativa, o teste rápido, que promete resultado em até uma hora, só foi disponibilizado em áreas que concentraram grande número de casos, como as regiões Nordeste e Centro-Oeste.
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A pesquisa da UCS quer aprimorar as ferramentas de diagnóstico para acelerar os resultados e, consequentemente, agilizar o tratamento dos pacientes. A universidade vai receber R$ 1 milhão para pesquisa durante quatro anos, mas é possível que a instituição precise captar mais recursos. O trabalho deve envolver professores e alunos dos cursos de Biotecnologia e Física, além do Laboratório de Pesquisa em HIV/ AIDS (LPHA).
– É um trabalho complexo, temos muitos desafios, porque há vírus parecidos, da dengue e da chikungunya. Já temos uma boa ideia de como pesquisar – adianta o físico Frank Patrick Missell, professor da UCS envolvido no trabalho, ao lado da docente Mariana Roesch Ely, do curso de Biotecnologia.
No Estado, a Feevale, de Novo Hamburgo, e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Porto Alegre, também vão pesquisar o zika. As pesquisas são uma proposta do Ministério da Educação, Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações e Ministério da Saúde.
Além do diagnóstico, devem ser estudados o controle do mosquito Aedes aegypti (incluindo desenvolvimento de repelentes), o desenvolvimento da vacina contra o zika e o comportamento da doença e suas correlações. Por enquanto, o investimento é de R$ 65 milhões.