Um jantar-aula na noite desta quinta-feira é o primeiro passo para a implantação em Caxias do Sul de um centro de referência no tratamento de esclerose múltipla, doença degenerativa sem cura. Hoje, a maioria dos pacientes buscar atendimento num centro de Porto Alegre.
O objetivo é oferecer esse serviço no Hospital Pompéia como forma de qualificar o tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Posteriormente, o centro seria expandido para os planos de saúde.
– É um pontapé inicial. A ideia era abrir o centro até o final deste ano, mas vamos começar ofertando em dias específicos no espaço que temos no ambulatório dois do Hospital Pompéia – adianta Ricardo Gonçalves, neurologista e preceptor da residência de neurocirurgia do Pompéia.
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Segundo o especialista, Caxias tem cerca de 200 pacientes com a doença. Além do atendimento de neurologistas e de evitar transtornos das viagens para outra cidades, o centro ofertaria serviços de psicólogos, de fisioterapeutas e de infusão de medicamentos, entre outros. O funcionamento completo está previsto para 2017 em uma ala maior.
– Passo Fundo e Santa Maria têm centros, mas Caxias do Sul é a segunda maior cidade do Estado e não oferece. Ganharemos em qualidade – reforça Gonçalves.
O jantar-aula será ministrado por Marlise Ribeiro, neurologista da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre e do Hospital Moinhos de Vento, e por Jefferson Becker, presidente executivo do Comitê Brasileiro de Tratamento e Pesquisa em Esclerose Múltipla. Participam neurologistas de Caxias do Sul, Bento Gonçalves e Gramado.
Saiba mais
:: A esclerose múltipla é uma doença crônica, autoimune e degenerativa. Ataca o sistema nervoso central e provoca lesões cerebrais e medulares. Os sintomas da doença variam de caso para caso, mas envolvem dormência nos membros, paralisia e perda de visão. Estima-se cerca de 35 mil pessoas com doença no Brasil, sendo 1,3 mil só no Rio Grande do Sul, de acordo com o Datasus.
:: A esclerose múltipla geralmente surge sob a forma de surtos (sintomas neurológicos que duram ao menos um dia) recorrentes. A maioria dos pacientes diagnosticados são jovens, entre 20 e 40 anos, o que resulta em um impacto pessoal, social e econômico considerável por ser uma fase extremamente ativa da vida.
:: A doença ainda não tem cura, mas as terapias disponíveis permitem controlar sua progressão, reduzindo a recorrência de surtos e aliviando os sintomas. O objetivo principal do tratamento é manter a doença estável. Os medicamentos, aliados ao suporte de uma equipe médica multidisciplinar e a um estilo de vida adaptado, permitem ao paciente conviver com a doença de forma controlada e manter a qualidade de vida.