O crescimento urbano acelerado, quase 300 mil veículos nas ruas e falta de investimentos em sustentabilidade alteram de forma significativa a qualidade de vida dos 479 mil moradores de Caxias do Sul. Assim, amenizar a falta de infraestrutura e possibilitar mais integração comunitária tornou-se um desafio.
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Pensando nisso, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) Jovem selecionou três projetos de humanização idealizados por jovens que estão incomodados com a realidade da cidade. Agora, para colocar em prática essas ideias, integrantes do CDL Jovem e os próprios organizadores das propostas buscam o apoio de empresários da cidade.
– Nossa maior missão, além de incentivar que os jovens se envolvam com problemas e carências da cidade, era descobrir ideias inovadoras e tirá-las do papel. Estamos em busca de empresários que nos ajudem a colocar em prática essas propostas e que possibilitem uma cidade melhor para todos – conta o presidente da CDL Jovem, Maurício Antunes.
Com o apoio da comunidade, a intenção é de que o Melhora Caxias, nome dado ao projeto, siga os passos de iniciativas como o Limpa Caxias, que renovou as fachadas das lojas no centro histórico da cidade, ou o Amor no Cabide, onde é possível pendurar roupas para doação em cabides pelas ruas.
Confira abaixo os projetos e como as ideias poderiam ser aplicadas na cidade.
Mobilidade Urbana
Projeto: a proposta Memórias sobre Rodas sugere criação de um mobiliário urbano (bicicletário + totem para propaganda) para ser colocado em pontos históricos, culturais ou com belas paisagens, a fim de definir uma rota para estimular o uso da bicicleta como transporte alternativo, além de valorizar a história de Caxias. – Seria um cicloturismo, onde pontos importantes do passado ficariam interligados. Sem contar que cada vez mais pessoas estão aderindo ao uso da bicicleta e faz falta ter um lugar para deixá-la – explica a estudante de Arquitetura e Urbanismo, Manuela Retore, 23 anos.A primeira rota de instalação proposta abrange pontos centrais e do bairro São Pelegrino, como por exemplo a antiga residência Abramo Eberle, a antiga Auto Palácio, o Clube Juvenil, a Praça Dante Alighieri, a antiga Livraria Saldanha. As etapas posteriores abrangeriam mais pontos do Centro e Lourdes e, por fim, locais mais afastados como a Casa de Pedra.
Viabilidade: a ideia é de que empresários adotem a estrutura, como já é feito com alguns canteiros de flores pela cidade, e arquem com os custos iniciais, além de serem os responsáveis pela manutenção do mobiliário. O grupo elaborou três orçamentos de estruturas metálicas distintas: o valor por unidade varia de R$1.765,40 a R$2.548,80, dependendo do formato do bicicletário e do totem escolhido.
Idealizadores: Manuela Retore, Rafael Dan Sokabe, Louise Fagundes Cerbaro, Paola Dallarosa e Helena Losekann Marcon.
Energia sustentável
Projeto: utilizar o sol para produzir energia de forma econômica e sustentável foi a ideia sugerida no projeto Leo Club, que prevê a instalação de painéis solares compostos por células fotovoltaicas (dispositivo capaz de converter a luz solar diretamente em energia elétrica). O grupo propôs que o equipamento fosse instalado na Estação Principal de Integração (EPI) Floresta, como uma forma de redução de gastos para o município, além de criar um conceito de sustentabilidade em toda a população.– A estrutura traria muitos benefícios para a cidade, já que não gera nenhum impacto ambiental e reduz em 98% o investimento financeiro do poder público, que é o responsável pelo pagamento da energia elétrica consumida na estação – conta Jonaína Reckziegel, 20 anos, estudante de Engenharia Elétrica. Ao utilizar a estratégia ecologicamente correta e viável no âmbito econômico, o projeto afirma que a conta de energia elétrica, que hoje fica em torno de R$ 6 mil por mês, reduziria para cerca de R$ 86. A durabilidade da estrutura é de aproximadamente 25.
Viabilidade: O investimento inicial seria de R$ 450 mil. Conforme Jonaína, a princípio, a prefeitura não teria recursos para bancar a instalação. Então, para que o projeto entre em prática, é preciso o apoio de empresas privadas. O retorno do valor investido é de aproximadamente cinco anos e meio. Se não for do interesse da Visate, empresa que detém a licitação do transporte público de Caxias, o investimento poderia vir de empresas que terão sua marca vinculada com a EPI Floresta. A estrutura permite a instalação de painéis de propaganda (o custo deve ser verificado separadamente).
Idealizadores: Gabriel Gonem de Lima, Jonaína Reckziegel e Kelvin Zanardi.
Comunidade Integrada
O projeto: a falta de conhecimento da população sobre as diversas ações sociais na cidade foi o pontapé inicial para o Integra Caxias. A proposta prevê a criação de um site para unir todos os movimentos sociais que auxiliam na diminuição da desigualdade social. Outro problema é a falta de comunicação sobre as instituições que realizam esse tipo de trabalho. – A gente vê vários projetos bons pela cidade, só que poucos moradores conhecem. E isso ocorre muito pela falta de divulgação. A gente quer possibilitar esse conhecimento, além de proporcionar a expansão de projetos esportivos, de lazer, cultura e educação para mais pessoas – diz Paola de Lima Passarin, 17. A ideia é que uma equipe de voluntários faça uma peregrinação pela cidade e conheça os projetos sociais. O site seria alimentado com a localização e demais informações daquele serviço.
Viabilidade: o site seria desenvolvido com o apoio de patrocinadores, mas o grupo não verificou os custos. O valor varia de acordo com o tipo de plataforma e ferramentas que serão explorados.
Idealizadores: Paola de Lima Passarin, Naiara Marques Ribeiro e Rafael dos Santos.