Os registros em sequência de arrastões em restaurantes de Caxias do Sul deixaram empresários e órgãos policiais em alerta. O caso mais recente ocorreu na pizzaria Chama Crioula, na BR-116, na noite de domingo, quando cerca de 40 clientes foram rendidos pela ação de uma quadrilha. Apesar deste tipo de crime não ser comum, este foi terceiro roubo a clientes de restaurantes registrado em 10 dias. Relatos que ampliam a sensação que está cada vez mais inseguro sair de casa.
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O sentimento de insegurança entre os empresários do ramo não é uma novidade. O presidente do Sindicato de Bares Hotéis Restaurantes e Similares, João Antônio Leidens, afirma que o tema é recorrente nos encontros da diretoria em busca de ações preventivas.
– É uma preocupação crescente e já estivemos, em várias ocasiões, reunidos com o comandante da Brigada Militar e de outros órgãos de segurança. Estamos muito vulneráveis, mas não são só os restaurantes. É todo o comércio. A criminalidade migra muito. Neste momento estamos com esta sequência mais acentuada no nosso setor, mas há pouco tempo era contra o transporte coletivo, as farmácias ou as agências bancárias – salienta.
A preocupação entre os proprietários é não assustar clientes que, infelizmente, já possuem motivos suficientes para evitar sair de casa.
– É o momento que vivemos, de precariedade na segurança pública. Mas todos os restaurantes estão se precavendo. Alguns decidiram por fechar as portas mais cedo, enquanto outros investem na instalação de câmeras de videomonitoramento. Alguns contrataram segurança privada, mas esta tem um custo elevado e é considerada, por muitos, uma medida drástica. A verdade é que ninguém nos apontou ainda uma solução objetiva. São apenas medidas para inibir – lamenta Leidens.
Para Douglas Schuh, da pizzaria Alameda no bairro Santa Catarina, o investimento em segurança é, infelizmente, custo fixo em qualquer negócio atualmente. O empreendimento possui parceria com uma empresa de vigilância, sensores de alarmes, diversas câmeras instaladas e um porteiro.
– É um custo elevado, mas que garante uma tranquilidade. É uma forma de evitar este constrangimento, que é horrível tanto para os clientes quanto para nós, que estamos trabalhando e recebendo pessoas. Este porteiro lá na frente passa esta tranquilidade a todos e inibe a aproximação de criminosos. Precisamos estar atentos, não podemos dar chance a estes assaltantes oportunistas – acredita.