Foi sob o olhar atento e paciente de dezenas de devotos na tarde desta terça-feira, que a imagem de Nossa Senhora de Caravaggio foi transportada até o trevo da Rota do Sol (RSC-453), em Farroupilha, onde o monumento passa a residir em substituição ao antigo símbolo. Paciente porque o deslocamento desde o Santuário, que iniciou pouco antes das 11h, só foi concluído às 15h30min. Inaugurada em dezembro, a estátua foi atacada por vândalos no início deste ano, enquanto ainda estava na Esplanada do Santuário. Foi necessário um restauro com custo de R$ 10 mil, sendo que a obra, esculpida por Gilmar Pocai, teve custo total de R$ 80 mil.
Devido ao cuidado necessário para carregar a obra de seis metros de altura e 27 toneladas, o caminhão que transportava a imagem seguia pela estrada dos romeiros a não mais do que cinco quilômetros por hora, tendo ainda que parar diante de cabos da rede elétrica, para que equipes da RGE erguessem os fios com o uso de escadas. O trajeto percorrido lentamente facilitou para que fieis de mais idade pudessem acompanhar, em romaria. Foi o que fizeram Valmor e Teresinha Baier, 70 e 71 anos, casal que mora próximo ao Santuário e não perdeu a oportunidade de acompanhar o trajeto da "santinha", como chamam carinhosamente Nossa Senhora de Caravaggio. Mesmo apesar das dificuldades de locomoção da idosa, que precisa da ajuda do marido para caminhar.
– Eu tive cinco AVCs e graças a Deus me recuperei de todos, mas caminho com dificuldade. Minha devoção à santinha é muito grande e pra poder acompanhá-la eu supero qualquer dor – diz a devota.
Nas proximidades do trevo da RSC-453, o trânsito só precisou ser bloqueado no sentido Caxias-Farroupilha no momento da imagem de Caravaggio, e também da inseparável vidente Joaneta, cruzarem a rodovia. Fluiu normalmente no sentido Caxias-Farroupilha e foi desviado para uma rua lateral no sentido contrário.
Nas calçadas, o aguardo pela imagem teve ares de mini evento popular, com direito a vendedor de algodão doce e pessoas que tomaram assento com cadeiras de praia e cuias de chimarrão para assistir à chegada da Santa. O sol forte fez com que muitos recorressem a chapéus e bonés, como a aposentada Líbera Sonaglio 74 anos, devota fervorosa.
– Quando eu era adolescente, meu pai lotava ônibus de Nova Roma do Sul para virmos até o Santuário participar das missas. Depois trabalhei nas capelas até os meus 40 anos. Devo muitas graças à Santa e estou muito feliz por vê-la de volta ao lugar dela – vibrou a idosa.