A prefeitura promete estabelecer diálogo com entidades do comércio e com representantes das associações de moradores do Centro e de São Pelegrino para dar mais atenção à Avenida Júlio de Castilhos. O chefe de Gabinete, Paulo Dahmer, um dos entusiastas da revitalização da Estação Férrea, diz que o encontro não está agendado, mas pretende promover o debate no próximo mês.
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– Independentemente da iluminação pública, o que traz efeito é a ocupação do espaço. Quando a comunidade abraça a causa, não há quem vá contra. Vamos sugerir às entidades ligadas ao comércio que mantenham as vitrines abertas por mais tempo e que colaborem para equiparmos com uma iluminação de mais qualidade – adianta Dahmer.
Presidente da Associação de Moradores do bairro Centro, Marco Antônio Doncatto levará um abaixo-assinado que está circulando pelo bairro reivindicando a reinstalação de postes pela avenida, como os verdes de estilo retrô que foram removidos.
– Sentimos muita falta dos postes verdes que foram removidos. Temos ideias de iluminação bastante eficazes de outros municípios para melhorar a via – sugere Doncatto.
A situação do trecho no bairro São Pelegrino poderia ser revertida com comércio fechando mais tarde e com moradores ocupando as vias, sugere Antíoco Sartor, líder comunitário.
–A Júlio é a parte mais nobre da cidade. Se nos últimos 40 anos ninguém fez nada por ela, é hora de reagirmos – acredita.
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Presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Analice Carrer diz que o Centro perdeu o caráter de visitação. As ruas vazias e escuras impactam diretamente nas vendas dos lojistas.
– O sol desce, e a Júlio morre – resume.
A abertura do calçadão da Júlio ainda em 2004, no trecho entre a Dr. Montaury e a Marquês do Herval, foi uma das medidas solicitadas pelos comerciantes para aliviar o fluxo do trânsito e trazer movimento à região, segundo a comerciante Eloísa Rossi Vistorazzi.
– Aquele ponto sem circulação de carros não trazia vantagens. Isso deu certo. Mas temos que lidar com uma imagem que em vez de ser uma via turística é uma via de depredação – avalia Eloísa.
As medidas que podem ser implantadas para que o trecho retorne com seus aspectos positivos envolvem diretamente a ocupação pelo público. Vice-presidente de Comércio da CIC, Ivanir Gasparin sugere que o projeto de lei que permite mesas e cadeiras nas calçadas à noite no Centro vigore para atrair o consumidor. A proposta ainda é analisada pela Câmara de Vereadores.
– Eu temo que a Júlio de Castilhos se torne uma avenida como as dos grandes centros populacionais, em que as pessoas temem passar – avalia.
Gasparin lembra que a revitalização da avenida não envolve somente obras, mas sim mudanças de comportamento:
– Chega de se enclausurar em casa. Vamos ocupar as calçadas, sentar na Júlio no fim do dia. A via é nossa.