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Uma das primeiras ruas de Caxias do Sul, a Júlio de Castilhos nem sempre foi este espaço de prostituição e drogadição encontrado atualmente. Pelo contrário: por muito tempo, foi o ponto preferido para passeios e também um dos símbolos do desenvolvimento do município: historiadores são unânimes ao reconhecer que a expansão da cidade começa pela avenida.
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Antes de ser conhecida como Júlio de Castilhos, a via era chamada apenas de Rua Grande e, posteriormente, de Rua Silveira Martins. A denominação de avenida só veio em 1939, na gestão do prefeito Dante Marcucci (1935-1947).
Foi a primeira via de Caxias a receber calçamento de paralelepípedos, inicialmente no trecho entre as ruas Marquês do Herval e Dr. Montaury, em frente à Praça Dante Alighieri, para sediar a Festa da Uva de 1937.
Na década de 1940, a avenida recebeu o desfile cívico de Caxias do Sul. Na década seguinte, foi palco principal para o corso alegórico da Festa da Uva. A realização de Feira do Livro na Praça Dante e outros eventos culturais sempre colocaram a avenida como referência para a maioria dos caxienses.
A década de 1990 foi o divisor de águas, conforme a historiadora Loraine Slomp Giron , que também mora no Centro. Ela lembra que neste período, a Praça Dante e o entorno se tornaram perigosos por conta de ladrões, e a degradação começou a despontar. Foi na década de 1980 que prostitutas começaram a ocupar o entorno para a prostituição, já que a via corta a cidade e a iluminação favorece a prática.
– Os primeiros comentários sobre ser perigoso descer de ônibus na Júlio de Castilhos, perto da praça, começaram a surgir na década de 1990. Até então, era tudo maravilhoso – comenta.
Nos anos 2000, a avenida teve mudança polêmica: o fim do calçadão, que foi desmanchado em 2004 a pedido dos comerciantes. Entretanto, tanto o CDL quanto o Sindilojas garantem que a medida não favoreceu a marginalidade ou diminuiu a falta de espaço para o público. Segundo os comerciantes, caso o calçadão fosse fechado novamente, só haveria desvantagens à mobilidade.
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