Mais de 150 pessoas ligadas à comunidade escolar da Escola Estadual Apolinário Alves do Santos, no bairro Sagrada Família, em Caxias do Sul, trabalham na limpeza da estrutura neste sábado (17). Pais, alunos, professores, funcionários e parceiros da escola estão cortando grama, recolhendo resíduos, limpando desde o teto até o chão, deixando a escola em condições para o retorno dos alunos.
O Apolinário passa por reforma na rede elétrica, a previsão de conclusão é dia 6 de setembro. Após, ainda dentro da primeira quinzena do próximo mês, os mais de 500 alunos devem voltar para as salas de aula.
Desde 8 de dezembro, a escola está interditada por problemas na rede elétrica. A diretora, Marili Rigon Zandoná lembra que ocorreram curtos na rede, atrapalhando o trabalho diário e trazendo insegurança aos frequentadores da escola. A expectativa era de que a situação fosse resolvida antes do ano letivo, o que não aconteceu. Somente em março houve o aceite de uma proposta pela Secretaria Estadual da Educação (Seduc), entrando na fase de contratação de uma empresa.
Na última segunda-feira (12), conforme a diretora, a empresa contratada pela Seduc, começou a reformulação da rede elétrica.
— Eles estão refazendo a fiação elétrica, porque nós, além dos curtos que deram, nós não tínhamos nem fio terra na escola. Então, estão passando todas as canaletas, colocando toda a fiação nova das salas de aula com os três fios: terra, tomada e das chaves de luz e trocando alguma parte da fiação externa também — explica ela.
O prazo de entrega do contrato é para o dia 6 de setembro. Conforme Marili, há a expectativa da direção de retorno às aulas é para o dia 9 do mesmo mês. Como a estrutura da escola que está fechada, precisava de manutenção. Ao longo das últimas semanas, de olho na previsão de tempo bom para este final de semana, a comunidade escolar foi convidada a ajudar na limpeza da escola.
Os envolvidos levaram de casa os equipamentos necessários para a limpeza e outros materiais. O mutirão começou por volta de 8h, deste sábado, e tem previsão de encerramento ao longo da tarde.
Paulo Ritter, pai do aluno João Miguel, de 7 anos, era um dos integrantes do mutirão. Para ele, a reforma da rede elétrica deveria ter ocorrido antes das aulas iniciarem:
— É inaceitável essa escola estar inativa ou não funcionando por falta de manutenção. A infraestrutura elétrica dentro das escolas, água potável, sanitários, isso é uma coisa de extrema necessidade e prioridade. Por isso, aceitamos vir participar desse mutirão para que nossos filhos possam voltar o quanto antes. Agora, tendo pelo menos uma data de possível volta, já dá um alívio.
Sem as dependências, o atendimento escolar e os serviços administrativos foram realocados na Escola Estadual Evaristo de Antoni, no bairro São José. Segundo Ritter, os pais tiveram que contratar transporte ou levar os filhos até a outra instituição, o que mudou a logística e prejudicou financeiramente as famílias.
A diretora afirma que, dos mais de 500 alunos do Apolinário, 70 deles não conseguiram acompanhar a transferência de estrutura devido às condições financeiras para o deslocamento. Eles fazem atividades extras para dar continuidade ao ano letivo.