A instalação de um campus do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) em Gramado está em fase de elaboração do plano de implantação. Ou seja, está em definição da localização da estrutura no município e quais os cursos serão oferecidos. Conforme o anúncio do Ministério da Educação (MEC), por meio do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a instituição precisa ser aberta até 2027. No comunicado, em março deste ano, cem novos campi foram confirmados pelo governo federal em todo o país.
Seguindo o padrão das estruturas do IFRS, a expectativa é que o campus dê a oportunidade para 1,4 mil estudantes, com 70 professores e 45 técnicos. O pró-reitor de Desenvolvimento Institucional do IFRS, Lucas Coradini, explica que Gramado disponibilizou duas opções para a construção do prédio. São terrenos em áreas ainda não detalhadas. No momento, técnicos do MEC e equipe de obras do IFRS fazem a avaliação de qual é a melhor alternativa.
— Elas (as opções) têm que atender alguns requisitos, especialmente no que diz respeito ao acesso fácil para o transporte público, estudantes e trabalhadores do campus. Esse é o primeiro quesito e uma fase que está em definição ainda — esclarece Coradini.
Já a definição dos cursos parte de audiências públicas que serão realizadas com o poder público e a sociedade. O pró-reitor adianta que as áreas oferecidas devem ter conexão com a cultura e a economia local, como ocorre nos campus de outras cidades.
— Ou seja, são cursos voltados para o desenvolvimento dos territórios. Tendo Gramado essa vocação consolidada na área da hotelaria, do turismo, da gastronomia e dos serviços, muito possivelmente a formação profissional que vamos oferecer vai ser nessas áreas, porque essencialmente é o que movimenta a economia da região — afirma Coradini.
O pró-reitor lembra que o IFRS oferece não apenas o Ensino Médio. Há, ainda, a oferta de Educação de Jovens e Adultos (EJA), cursos técnicos, cursos superiores, pós-graduação, além de projetos de pesquisa, de extensão e de ensino voltados para o desenvolvimento do município.
— A educação básica, desde o Ensino Médio integrado à formação técnica até a pós-graduação. O campus Gramado, assim como os demais, deverá ter essa diversidade de oferta de cursos — lembra o pró-reitor.
Definição do calendário
O plano do MEC é que os cem campi do Instituto Federal sejam implantados nos próximos quatro anos no país. São 16 neste ano, 32 em 2025, 32 em 2026 e outros 16 em 2027. A ordem de cada um depende do andamento da estrutura. O pró-reitor explica que é natural que aqueles em que a prefeitura disponibilizou um prédio sejam abertos antes. Ou seja, como tudo indica que em Gramado a estrutura precise ser completamente construída, ainda não há como prever em qual calendário ele entrará.
Até por isso, como conta Coradini, também é avaliada a possibilidade para que o IFRS inicie as atividades em um prédio provisório na Região das Hortênsias.
— Os municípios que oferecem a área, em que é preciso construir, fazer obras, edificações, levarão mais algum tempo, então ficam para os blocos posteriores de implantação. Estamos discutindo em Gramado a definição de uma área para a construção da sede definitiva e avaliando uma sede provisória, talvez a cessão de algum espaço já existente para que possamos antecipar as atividades — informa o pró-reitor.
O RS ainda ganhará um novo campus do IFRS em Porto Alegre. Já São Luiz Gonzaga e Caçapava do Sul receberão campi do Instituto Federal Farroupilha (IFFar) e, São Leopoldo, do Instituto Sul Riograndese (IFSul). Todos estão dentro do planejamento do Ministério da Educação. A prefeitura de Gramado foi contatada para comentar sobre o processo de implantação do campus, mas não retornou até a publicação desta reportagem.