A estrutura provisória que permite a passagem a pé entre Caxias do Sul e Nova Petrópolis, sobre o Rio Caí, está liberada 24 horas por dia. Anteriormente, a passagem era apenas durante o dia. A passadeira é metálica e está ligada a um cabo de aço que ancora a estrutura entre as margens. Ela fica localizada ao lado de onde o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) constrói a ponte provisória. O desvio é uma das alternativas para quem precisa transitar entre os dois municípios, já que a ponte provisória não está concluída e a tradicional, no km 174 da BR-116, está em fase de construção também.
A estrutura foi montada pelo Exército do 6º Batalhão de Engenharia de Combate, lotado em São Gabriel, na Fronteira Oeste. Militares ficam nas margens dos dois lados auxiliando as pessoas que precisam fazer a travessia. Ao chegar na passadeira, a pessoa é vestida com um colete salva-vidas e é acompanhada por um militar durante a travessia, que tem cerca de 100 metros. A estrutura balança levemente durante a travessia e pode causar aquele frio na barriga nos mais sensíveis.
Moradores do bairro Bavária, em Nova Petrópolis, Nair e Luiz Fernando Weber trouxeram a filha para Caxias, atravessando a passadeira na manhã de terça-feira (16). O carro da família ficou estacionado na Estrada São José do Caí, em Nova Petrópolis. Jeniffer Weber, filha do casal, faz doutorado na Universidade de Caxias do Sul (UCS) e até recentemente utilizava a Ponte de Ferro, em Feliz, para ir até a universidade. Contudo, desde esta segunda (15), a ponte em Feliz está fechada por um prazo de 90 dias para obras, o que aumenta significativamente o trajeto de carro (veja alternativas abaixo). A família mudou a logística:
— A minha mãe mora do lado de Caxias, então nossa alternativa é trazer a Jeniffer até a margem e atravessar a passadeira. Ir até a casa da minha mãe, pegar outro carro que deixamos lá e a minha filha ir estudar. Quando ela volta, fazemos o trajeto inverso. É a opção que temos agora — esclarece Nair.
Luiz Weber ressalta que também já fez a travessia de bote, acompanhado dos militares, mas acredita que a passadeira é mais segura e tranquila. A expectativa deles em relação às pontes provisória e definitiva é baixa. Os dois acreditam que ainda deva demorar para serem concluídas, o que gera transtornos aos moradores de ambos os municípios e cria a necessidade de buscar vias alternativas, como a passadeira.
Segundo os militares que trabalhavam nesta manhã no local, cerca de 30 pessoas deixam diariamente os respectivos veículos às margens do Rio Caí para fazerem a travessia. Depois, as vans de empresas ou outros colegas de trabalho se unem para buscar os passantes. Os horários das 7h e 17h30min são os mais movimentados. Algumas crianças também costumam passar em horário escolar.
Passadeira é desmontada quando o rio sobe
O comandante do 6º Batalhão, coronel Rafael Farias, explica que a estrutura já é utilizada pelo Exército em missões quando é necessária a passagem de equipamentos sobre a água. Devido à chuva ter destruído diversas ligações intermunicipais em maio, as passadeiras foram uma das opções disponíveis instaladas em diversos municípios gaúchos. Segundo Farias, a equipe é treinada para montar a estrutura metálica, que é similar a um lego, em sete minutos. Durante os dias, o nível do rio é analisado. Em caso de elevação das águas, a estrutura é desmontada.
— O rio com a correnteza tranquila garante a passagem segura às pessoas, mas quando chove e o rio sobe há risco. Então, quando a água sobe já entramos em alerta, e a passadeira começa a ser desmontada e só volta a ser recolocada quando o nível baixar — explica o coronel.
A estrutura foi montada pela equipe de militares de São Gabriel no começo deste mês.
Desvios
Atualmente, se a passadeira for retirada, a alternativa é passar de carro pela Ponte do Bananal, acessada pelo município de Vale Real. Contudo, em caso de fortes chuvas, esta estrutura também costuma ficar submersa, impedindo a passagem. Então, entre as alternativas recomendadas para trafegar entre as regiões das Hortênsias e Uva e Vinho é pela Rota do Sol (RS-453), acessando por Gramado, Canela e São Francisco de Paula, via RS-235.
Também é possível sair de Caxias do Sul e ir até São Sebastião do Caí, passando em seguida por São José do Hortêncio, Presidente Lucena e Picada Café para chegar à Região das Hortênsias, uma viagem de cerca de duas horas.