Esclarecimento: além dos R$ 4,5 milhões de emendas do deputado federal Mauricio Marcon (Podemos), emendas parlamentares da deputada federal Denise Pessoa (PT), no valor de R$ 2 milhões, também foram utilizados na compra de equipamentos da maternidade do SUS. A informação foi confirmada nesta terça (2) pelo Hospital Virvi Ramos.
A nova maternidade de Caxias do Sul para atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS) abre nesta segunda-feira (1º) no Hospital Virvi Ramos. Ela nasce de uma parceria entre prefeitura e a Associação Cultural e Científica Virvi Ramos. Os atendimentos se iniciam a partir de 8h. Na prática, o hospital está absorvendo os serviços que eram oferecidos no Hospital Pompéia. Ou seja, aquela que existia na instituição do Centro deixa definitivamente de funcionar. O espaço no bairro Madureira está com equipamentos e a adição de oito leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal.
A secretária de saúde de Caxias, Daniele Meneguzzi, explica que, a partir da abertura, as equipes já estarão atendendo as pacientes que necessitarem do atendimento. Durante a tarde, aquelas que estavam no Hospital Pompéia serão transferidas para o Virvi Ramos. Por algumas horas, as duas maternidades funcionam juntas para poder ter esta transição.
— A partir da meia-noite (de terça), nós teremos, então, apenas o Hospital Virvi Ramos como a nossa nova maternidade — anuncia a secretária.
Neste primeiro momento, a maternidade funciona em uma área transitória. Daniele explica que dois motivos forçaram essa decisão. O primeiro é que o Estado não conseguiu repassar o valor para obras de adaptação no espaço previsto, por razões técnicas e depois por conta da chuva que atingiu o RS. Ao mesmo tempo, o contrato com o Pompéia encerrou-se no domingo (30), sem possibilidade de prorrogação. Por conta disso, o Virvi Ramos cedeu essa área - com locais que eram até utilizados para atendimento via convênio - para que o serviço materno-infantil pudesse ser prestado. A secretária afirma que isso não interfere em nada no atendimento que será prestado.
— O Hospital Virvi Ramos, a partir desta segunda-feira, abre a maternidade, o centro obstétrico, para a realização de partos, parto normal, cesárea, atendimentos obstétricos, e também abre uma UTI Neo Natal de oito leitos, o que é muito importante para o nosso município, para a nossa região, para o nosso Estado. A UTI Neonatal é um ponto muito crítico — garante a titular da pasta.
A estrutura, assim, comporta um centro obstétrico, sala de cesárea, salas pré-parto, parto e pós-parto, UTI neonatal com oito leitos e uma ala de internação obstétrica. Uma sala do centro cirúrgico também fica exclusivamente destinada para cesáreas. O acolhimento da maternidade se dá por consulta obstétrica ou emergência. Caxias também conta com o Hospital Geral para esse atendimento via SUS.
O investimento
Para o início do atendimento na área transitória, um investimento de cerca de R$ 4,5 milhões foi feito. Segundo Daniele, o valor é de emendas repassadas pelo deputado federal Maurício Marcon (Podemos). A verba inicialmente seria para alta e média complexidade. Mas foi realizada uma tramitação para uma mudança de finalidade dos recursos. Assim, novos equipamentos para o atendimento foram adquiridos. A deputada federal Denise Pessoa (PT) também repassou R$ 2 milhões em emendas para compra de equipamentos da maternidade. O Hospital Virvi Ramos realizou ainda o investimento para a adaptação do espaço de transição.
A estrutura definitiva será adaptada assim que o Estado liberar o recurso de R$ 8,1 milhões. É o investimento previsto pelo município para concluir as obras. A nova expectativa é de liberação até o final de julho. A partir disso, um prazo para os trabalhos é definido.
— Depois da obra feita, nós vamos ter um serviço totalmente novo, num investimento de R$ 8 milhões, mais R$ 4,5 milhões. Investimento de quase R$ 13 milhões, inteiramente destinados ao sistema público de saúde. É uma conquista que tem que ser muito comemorada por toda a sociedade caxiense — declara Daniele.
Assim que o espaço previsto estiver pronto, toda estrutura é transferida para ele.
Atendimentos em números
A maternidade no Virvi Ramos fica integralmente com os serviços e atendimentos que eram prestados no Pompéia. De acordo com a secretária, era uma média de 120 partos por mês e de 400 a 600 atendimentos de urgência obstétrica. Assim como o Hospital Geral, a instituição atenderá de portas abertas.
— O que isso quer dizer? Que qualquer mãe, se tiver necessidade, vai poder buscar atendimento. As estruturas estão dimensionadas para a média do número de partos que nós temos na nossa cidade. Mas, como eu disse, havendo a necessidade de se atender mais pacientes, obviamente que isso tudo se readapta, porque os atendimentos obstétricos são atendimentos de urgência. Não pela sua gravidade, mas pela urgência de que precisam ser atendidos, porque a gravidez tem ali o período. Quando tem que ganhar neném, tem que ganhar neném, não tem o que fazer — explica a secretária.
Por que maternidade saiu do Pompéia
A abertura da maternidade SUS no Virvi Ramos encerra um imbróglio que surgiu em agosto de 2022. Na época, a direção do Hospital Pompéia anunciou o encerramento do setor materno-infantil. A justificativa foi a situação financeira da instituição.
A partir do anúncio, Pompéia e prefeitura negociaram uma renovação de contrato para uma transição da maternidade para outra instituição. O funcionamento, com gerência do hospital, foi válido até dezembro de 2023.
No final do ano passado, o município e o hospital formalizaram outro acordo: o espaço seria cedido para o município passasse a administrar o serviço enquanto a instalação no Virvi Ramos seria concluída. Em novembro, o convênio com o hospital do bairro Madureira estava acertado.
Até este momento, a maternidade no Pompéia foi gerida pela prefeitura, que terceirizou o serviço com a empresa Ideas. Ou seja, a organização foi a responsável por contratação e gestão da equipe.