Os atendimentos para maternidade via Sistema Único de Saúde (SUS) continuarão no Hospital Pompéia em parte de 2024, mas com financiamento da prefeitura de Caxias do Sul. Em entrevista exclusiva para a Gaúcha Serra, o prefeito Adiló Didomenico afirmou que a transição é definida a partir do prazo estimado, que é de até nove meses, para que o Hospital Virvi Ramos possa adequar o próprio setor. Conforme acordado no final de novembro entre município e Associação Cultural e Científica Virvi Ramos, o hospital localizado no bairro Madureira assumirá o serviço materno-infantil que até então era ofertado pelo Pompéia.
O contrato entre Pompéia e prefeitura vence em 31 de dezembro deste ano. Conforme assessoria da instituição, o hospital encerrará as atividades da atual maternidade com o fim do acordo. Já segundo Adiló, para a transição ser feita de um hospital a outro, o Pompéia abriu a possibilidade de locar o espaço e fornecer insumos. O Pompéia confirma o acordo, mas ressalta que os serviços realizados serão de responsabilidade da prefeitura (leia abaixo a nota completa do Pompéia).
O prefeito caxiense explica que o município contratará a equipe de médicos e enfermeiros, uma vez que o Pompéia tinha acertada a demissão de todo o corpo de servidores da maternidade. Adiló deixa também aberta a possibilidade da compra de vagas para o atendimento da população caxiense.
— Se precisarmos comprar vagas, a gente vai comprar pela tabela Ipam, que já existe isso no mercado. Então, a gente pode tranquilizar, e nesse aspecto o Pompéia está sendo parceiro já perante o Ministério Público. O Ministério Público já garantiu a cedência do espaço e o fornecimento dos insumos. E é evidente que o município vai remunerar. Agora também não precisamos deixar de reconhecer que isso vai trazer um investimento pesado para o município nestes oito meses. Nós vamos ter que suportar isso — declara Adiló.
Atualmente, a população de Caxias conta ainda com o Hospital Geral (HG) para o atendimento materno-infantil pelo SUS.
Estruturação do Virvi Ramos
Conforme Adiló, o investimento na maternidade do Hospital Virvi Ramos será feito pelo Estado. Dentro do cronograma de nove meses, serão feitas adequações físicas e a instalação de novos equipamentos. De acordo com o prefeito, o trabalho na estrutura deve ter custo de R$ 900 mil, enquanto que os novos equipamentos são orçados entre R$ 2 milhões e R$ 2,8 milhões.
— O equipamento que está lá no Pompéia, alguma coisa a gente vai poder transferir, mas muito pouca coisa. São equipamentos bons que estão atendendo, mas já antigos. Hoje no mercado tem equipamento muito mais moderno já disponível. Então não é justo a gente fazer todo esse investimento junto com o Virvi Ramos e não aproveitar para adequar com o que tem de melhor. Então por isso essa demora de oito ou nove meses, mas ninguém vai ficar desassistido — descreve Adiló.
Durante a tarde desta quinta-feira (14), a direção do Pompéia esteve reunida para debater sobre o assunto. Por meio de nota, a CEO do Pompéia, Lara Vieira, se manifestou:
"Atendendo à solicitação da prefeitura de Caxias do Sul, o Pompéia vai ceder (alugar) o seu espaço físico, visto que o hospital Virvi Ramos solicitou seis meses para absorver esse serviço. Importante: o Pompéia não terá nenhuma responsabilidade sobre o serviço prestado na materno-infantil. Toda a operação deste serviço será de responsabilidade da prefeitura, que deverá terceirizar o serviço. O Pompéia irá apenas alugar o espaço físico".
Já o Ministério Público (MP) afirma que as conversas ocorreram diretamente entre a prefeitura e o hospital. A Promotoria de Justiça também se manifestou por meio de nota:
"O papel do Ministério Público é de facilitar os diálogos, de atuar como mediador. Mas nesse momento de transição do Pompéia para o Virvi Ramos e durante as obras, a interlocução tem acontecido diretamente entre a Secretaria Municipal, o Hospital Pompéia e demais envolvidos".