O Aeroporto Hugo Cantergiani, em Caxias do Sul, recebe, a partir desta terça-feira (7), uma base do governo do Estado para atuar na ajuda às famílias atingidas pela tragédia climática. A unidade se junta à estrutura do Exército já montada para organizar a logística de recebimento e entrega de donativos.
A medida foi anunciada pela manhã pelo secretário-adjunto da Casa Civil, Gustavo Paim, em reunião com o gabinete de crise do município. Conforme ele, a ideia agora é descentralizar as unidades do governo para auxiliar no apoio às vítimas.
— Desde o primeiro momento, o governo veio para a Serra e estávamos com foco central em salvar vidas, então montamos a base em Bento. Conseguimos salvar 997 (na cidade e no entorno) por terra e ar. Começamos, então, a pensar na próxima etapa, de ajuda. Entendemos que Caxias é um centro regional, mas também estadual, uma vez que o aeroporto de Porto Alegre segue fechado. Vamos organizar essa logística para além da Serra, já que esse também é o aeroporto mais próximo da Região Metropolitana de Porto Alegre — explica.
Essa é a quarta base do Estado. As outras seguem em operação e funcionam em Bento Gonçalves, Garibaldi e Encantado.
Com a unidade de representação do Estado, a expectativa é de que o aeroporto passe a receber mais voos com ajuda humanitária do que recebeu até agora. De acordo com a prefeitura de Caxias do Sul, somente nesta segunda-feira (6), foram 35 operações de aviões e helicópteros. Ao todo, segundo a direção do aeroporto, 50 aeronaves já passaram pelo terminal, que trouxeram cerca de 10 toneladas.
Para a noite desta terça-feira, está prevista a chegada de uma cargueiro KC 390 da Força Aérea Brasileira (FAB), além de contatos que o aeroporto vem recebendo solicitando horários para pouso. O aumento de voos comerciais para ajudar a suprir a demanda do aeroporto da Capital também é uma possibilidade, mas está em negociação entre município, Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e empresas aéreas.
O Hugo Cantergiani também é uma importante base para reabastecimento de aeronaves. Conforme a prefeitura, as companhias aéreas consomem cerca de 7 mil litros de querosene diariamente. Com a catástrofe, a direção do terminal solicitou que o abastecimento fosse realizado na origem, para deixar os estoques disponíveis para as operações humanitárias. Somente essas aeronaves consumiram 18 mil litros de combustível.