Diante do aumento de casos de violência contra a mulher em Antônio Prado - nos dois primeiros meses deste ano, nove mulheres procuraram atendimento, 50% a mais em comparação com o mesmo período do ano passado - , a prefeitura implantou um Centro de Referência da Mulher. O espaço, onde antigamente funcionava um posto de doações, agora terá atendimento de assistência social, psicológica e jurídica a mulheres que sofreram violência, além de palestras de prevenção e atendimento individualizado ao homem agressor. A reforma do prédio, que fica na Rua Onze de Fevereiro, no bairro Aparecida, já foi entregue e os serviços vão começar a funcionar no próximo dia 12.
Até então, na cidade, os assuntos relacionados com a violência contra a mulher eram tratados pela Coordenadoria da Mulher, com apoio do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).
— O serviço tem a intenção de quebrar a espiral da violência e empoderar a vítima, além de conscientizar o agressor para que não cometa novamente o crime — explica a secretária municipal de Assistência Social e Cidadania de Antônio Prado, Priscila Salamon.
As mulheres, segundo Priscila, podem procurar o atendimento de forma espontânea. Já os homens agressores são atendidos conforme solicitação da Justiça. A expectativa da equipe do Centro de Referência é atender a cerca de 100 pessoas por mês, somando atendimentos individualizados e palestras preventivas.
Violência cresceu
De acordo com dados da Coordenadoria da Mulher de Antônio Prado, em 2023 36 mulheres vítimas de violência foram atendidas, uma média de três por mês. Já em 2024, nos dois primeiros meses do ano, nove mulheres procuraram atendimento, um aumento de 50% na comparação com o mesmo período. No município, neste ano, segundo dados do Governo do RS, foram registradas duas ameaças e três ocorrências de lesão corporal contra mulheres. Em 2023 houve um feminicídio em janeiro, 28 registros de ameaças e 16 de lesão corporal.
Em Antônio Prado não há Patrulha Maria da Penha e por isso, segundo o comandante do 36º BPM, tenente-coronel Giovani Gomes, os policiais militares registram a ocorrência de violência no município e encaminham ao Poder Judiciário. O acompanhamento posterior é feito pela Coordenadoria da Mulher, agora concentrado pelo Centro de Referência:
— Será um centro de referência geral para as mulheres. Não para registro de ocorrências, mas para encaminhamentos, caso a mulher precise sair de casa, por exemplo.
O Centro de Referência da Mulher vai funcionar de segunda a sexta, das 8h às 11h45min e das 13h15min às 17h30min.