A cesta básica de Caxias do Sul apresentou aumento no preço no terceiro mês do ano. Em março, o conjunto de itens essenciais custou R$ 1.441,81, representando um acréscimo de 0,37% em relação a fevereiro. Na prática, o consumidor precisou pagar R$ 5,26 a mais pelo conjunto de produtos. Os dados são referentes ao levantamento do Centro de Pesquisas Econômicas e Sociais (Ipes) e do Centro de Ciências Econômicas e Sociais da UCS.
Quem puxa a alta nos preços é a cebola com custo de R$ 7,89 ao quilo, valor 26,81% mais alto que em fevereiro. Outro item que o valor disparou foi o mamão. No mês passado, a fruta custou R$ 10,69 ao quilo, o que representa 24,49% a mais comparado com fevereiro.
Apesar disso, o cenário é considerado positivo. Isso porque o crescimento de preços entre janeiro e fevereiro foi de R$ 10,78, muito acima do registrado no período entre fevereiro e março. O professor e pesquisador Mosár Leandro Ness explica que a elevação de preços é evidente, contudo, a velocidade que eles crescem não é a mesma observada nos meses anteriores.
— Comparado com janeiro e fevereiro, a variação entre fevereiro e março caiu pela metade. Claro que o aumento nos preços das gôndolas persiste, mas a dimensão muda de mês para mês. Ainda estamos preparando a coleta de dados, mas tudo indica que teremos um 2024 com diminuição do aumento da cesta básica — prevê o economista.
Umas das razões que justifica a perspectiva de queda é a acomodação dos preços dos alimentos, algo que não era visto desde 2022. Mas ainda é necessário observar a oscilação mensal dos valores. Em fevereiro, por exemplo, o levantamento das entidades indicava a batata-inglesa como o item que puxava o aumento. Já em março, a batata é apontada como item com maior queda.
— É muito comum isso acontecer, sobretudo pela sazonalidade da safra. Há momentos em que há maior desabastecimento, o que eleva o preço. Agora, a batata voltou ao preço natural. É o jogo dos preços — avalia Ness.
Ao lado da batata, o açúcar cristal (- 9,31%) e a massa com ovos (- 7,77%) foram os itens que mais contribuíram negativamente.
IPC segue em alta
Em março, o Índice de Preço ao Consumidor (IPC) teve um acréscimo de 0,29%. Dos 320 itens que compõem o ICP, 128 aumentaram de valor, 121 reduziram o preço e 71 itens se mantiveram estáveis. Apesar da proporção dos itens com aumento ser expressiva, a baixa é considerada mais significativa que os crescimentos.
O levantamento também indica que a inflação geral do município apresenta sinais de estabilidade. O cenário de constância nos preços se manterá caso fatores climáticos, como chuvas de granizo ou inverno rigoroso, não interfiram nas próximas safras.