Sair dos bairros da Zona Leste em Caxias do Sul pela manhã e retornar ao final da tarde tem exigido paciência de quem mora na região. Isso porque volume de veículos e a falta de alternativas sobrecarrega o trânsito em dois pontos primordiais para o acesso à BR-116.
Quem sai do bairro São Luiz, na região da 3ª Légua, acompanha diariamente a fila que se acumula na Rua Padre Ângelo Tronca. Em alguns momentos, o engarrafamento inicia já partir da Paróquia São Luiz, distante cerca de um quilômetro do cruzamento chamado popularmente de Pena Branca, por conta do antigo e já extinto aviário.
Cruzar os semáforos entre as ruas Padre Raul Acorsi e Antônio Broilo exige paciência. A pista estreita e o volume de veículos são, para o motorista Alisson Costa da Silva, 36 anos, as causas do problema:
— De manhã a fila começa lá em cima. Às 18h tu não anda em nenhum dos dois sentidos. Cresceu demais, são muitos prédios que surgiram e todo mundo tem carro — analisa.
Morador do Loteamento Campos da Serra, Silva costuma acessar a BR-116 sem ter que atravessar o bairro Cruzeiro pela Rua Luiz Michielon. A alternativa é a Rua Barão do Amazonas, que se conecta à rodovia nas proximidades do posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Mesmo assim, a opção não livra o motorista de enfrentar engarrafamento.
— A tranqueira começa ainda na sinaleira do bairro De Zorzi, quando subo a Barão do Amazonas e demoro até 20 minutos pra chegar na rodovia. Pelo Cruzeiro demora ainda mais — conta.
No fim do dia, gargalo é no sentido contrário
A cerca de 300 metros do acesso para a BR-116, no bairro De Lazzer, o motorista aposentado Nilson Veber, 73, acompanha o fluxo se acentuar no início da manhã, e no começo e final da tarde. O ex-caminhoneiro viu a cidade crescer e a Barão do Amazonas se transformar. Se antes a via era uma estreita estrada de chão, hoje, com fluxo em dois sentidos, serve de entrada e saída para uma região que foi urbanizada nas últimas décadas. E para quem precisa da via, já seria hora de atualizá-la conforme a crescente demanda:
— Depois das 17h até as 20h, pra sair daqui é uma encrenca. Me criei aqui, éramos uma das últimas casas da rua, mais pra frente tinha uma vinícola, mato e parreiral. Meu pai sempre trabalhou com caminhão, e as vezes o caminhão não subia, até que fizeram o calçamento. O bairro cresceu muito e a Barão do Amazonas sempre foi a principal entrada e saída — diz.
Proprietário de uma empresa de transportes, José Rech, 65, dirige uma van da frota que faz transporte escolar e de funcionários de empresas da região. A estratégia, pela manhã, é sair cedo para garantir que os passageiros cheguem ao trabalho até as 7h.
— A cidade cresceu demais e os acessos permanecem iguais, tem que ter paciência e gastar óleo. No final da tarde é pior, o trânsito inverte e acumula com todos que voltam aos bairros no mesmo é horário. De manhã, às 7h já estou com a van vazia, mas encaro a fila pra voltar — relata.
O que diz a prefeitura
De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria de Obras e Serviços Públicos, não há previsão de projetos a serem executados na Rua Barão do Amazonas e no acesso ao bairro São Luiz. O Plano Diretor de Transportes e Mobilidade Urbana (Planmob) traz diretrizes para melhorias a serem feitas futuramente.