Com calor e temperatura na casa dos 30º, o primeiro dia de outono em Caxias do Sul teve as características de um dia de verão, nesta quarta-feira (20). Nas ruas, as pessoas buscavam a sombra para caminhar e muitas delas andavam com garrafas de água nas mãos ou até mesmo sorvetes, típicos da estação mais quente do ano. A partir desta quinta-feira (21), no entanto, o tempo vira, com a chegada da chuva e quedas nos termômetros.
Ainda neste outono já deve-se observar uma espécie de antecipação da estação mais fria do ano. Isso porque o inverno, que começa no dia 20 de junho, deve ter temperaturas mais baixas do que as tradicionais e ser mais longo que o normal. Isso ocorre em função da transição entre os fenômenos El Niño e La Niña, de acordo com Eliana Klering, doutora em agrometeorologia e professora na Universidade Federal de Pelotas (UfPel).
— Para o outono, a gente observa que a chegada do frio vai ser antecipada. Então, em junho, a gente já vai ter temperaturas mais baixas que a média. Vamos ter a chegada do frio esse ano um pouco mais cedo. De maio a junho, teremos chuvas acima da média, mas para julho e agosto, a tendência é que seja abaixo — explica a professora.
Eliana ainda explica que, em função dos efeitos do La Niña, o frio deve ser prologado neste ano, chegando até meados de novembro e dezembro com temperaturas mais baixas.
— Pela minha experiência, as chuvas devem ser, levemente, abaixo da média e as temperaturas mais baixas que o normal para o inverno. A curto prazo, a tendência é que a gente possa ter a chegada das temperaturas mais frias de forma antecipada. Normalmente, os anos de La Niña são aqueles em que, quando chega dezembro, ainda está meio frio — destaca Eliana.
No entanto, ainda não é possível prever se as temperaturas devem alcançar marcas negativas, em função da distância da estação mais fria do ano. O que já se pode prever, além das temperaturas mais baixas, são possíveis geadas na região da Serra e um inverno mais seco.
— A transição do La Niña, associada às concentrações de gelo de Antártica e a temperatura da água no Atlântico Sul e no Pacífico Equatorial, que são os fatores que influenciam no clima no Rio Grande do Sul, mostram que na primavera já vamos estar sobre a atuação do La Niña. Então, possivelmente, deve ser uma primavera mais seca e mais fria — complementa a professora.