De janeiro a dezembro de 2023, a Vigilância Ambiental identificou 757 focos de Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue, em Caxias do Sul. O número é maior do que o registrado no ano anterior, quando foram encontrados 728 focos.
Em 2023, a vigilância, ligada à Secretaria Municipal da Saúde (SMS), realizou um total de 134.046 visitas de inspeção para combate ao mosquito transmissor da dengue. Do total, 97.806 ocorreram no trabalho de rotina realizado em moradias, comércios e outros estabelecimentos. Outras 31.894 ocorreram em quatro edições do Levantamento Rápido de Índice de Infestação (LIRAa), realizado em diferentes momentos do ano e que abrange todas as regiões da cidade, por meio de visitas em quarteirões definidos aleatoriamente em um sistema de computador. Além disso, foram feitas mais 4.346 inspeções em 197 pontos estratégicos que são monitorados quinzenalmente por apresentarem alto risco de formarem criadouros, como floriculturas, borracharias, cemitérios, ferros-velhos e outros.
Segundo a SMS, os 60 agentes de campo da vigilância ambiental realizaram as vistorias. Nas 97 mil visitas de rotina realizadas no município, cada agente realizou, em média, cinco visitas por dia. Para o LIRAa, a escala de agentes foi reforçada por 70 agentes nas ruas de Caxias, sendo que cada inspetor visitou ao menos duas casas.
Nas visitas os agentes de combate às endemias conversam com a população para orientar sobre os cuidados para evitar a proliferação do mosquito e realizam a inspeção dos locais em busca de pontos com água parada. Além das ações mencionadas, o combate à dengue inclui os bloqueios de caso, adotados sempre que há suspeita ou confirmação de dengue. Nessas situações, a vigilância atua na região de moradia do paciente, com visitas de orientação e controle mecânico (eliminação da água parada ou do recipiente) e também aplicação de inseticida larvicida (elimina o mosquito em fase de larva) e inseticida adulticida (atua para atingir o Aedes aegypti já adulto). Em todo o ano passado foram 54 ações de bloqueio, incluindo de casos suspeitos de zika e de chikungunya.
Todos os materiais recolhidos nas visitas, sejam mosquitos adultos, larvas ou pupas, são analisados no laboratório da Vigilância Ambiental para identificação do Aedes aegypti. Em 2023, a Vigilância realizou a análise de 2.749 amostras.
Entre os bairros com maior número de focos encontrados estão o Charqueadas, Cruzeiro, Reolon, Nossa Senhora de Fátima, Pio X e Planalto (confira a lista completa abaixo).
A Vigilância Ambiental solicita que a população reforce os cuidados com quaisquer recipientes que possam acumular água parada, como tambores, barris, baldes, latas, regadores, vasos de plantas, ralos, lixos, caixas d'água, ambientes onde o mosquito se reproduz.
— A população deve manter os cuidados, principalmente nesse período do ano em que as temperaturas estão mais elevadas, temos chuvas constantes, diariamente esses cuidados essas condições são propícias pra proliferação do mosquito — destaca Adriana Rhoden médica veterinária da Vigilância Ambiental em Saúde.
Em todo o ano passado, foram registrados quatro casos de pessoas que contraíram dengue em Caxias (casos autóctones). Outras 37 pessoas viajaram e voltaram para Caxias com dengue, casos que também são contabilizados pois essas pessoas, enquanto estão doentes, podem transmitir a doença caso sejam picadas. Todas estão curadas.
Focos de mosquito da dengue por bairro
- Charqueadas: 76
- Cruzeiro: 58
- Reolon: 39
- Nossa Senhora de Fátima e Pio X: 34
- Planalto: 31
- São Victor Cohab: 29
- Marechal Floriano: 27
- Colina Sorriso, Floresta: 25
- Cidade Nova: 24
- Pioneiro: 21
- Centro: 19
- Mariani e Santa Lúcia: 18
- Esplanada, Jardim de Lagoa (Desvio Rizzo): 17
- Jardim do Shopping: 15
- Nossa Senhora da Lourdes: 14
- Kayser, Sagrada Família: 13
- São Pelegrino: 12
- São Caetano: 11
- Cristo Redentor, Rio Branco e Santa Lúcia Cohab:10
- Salgado Filho e Santa Catarina: 08
- Bela Vista, Galópolis, Madureira, Santa Fé, São José, São Bernardo: 07
- Jardim América: 06
- São Bernardo Franzoi, Tijuca e Universitário: 05
- Cinquentenário, Panazzolo, Santa Teresa (Desvio Rizzo) e São Luiz da 6ª Légua: 04
- Medianeira, São Leopoldo, Vila Mari (Planalto), Vila Verde (Planalto) e Vinhedos: 03
- Desvio Rizzo, Forqueta, Jardelino Ramos, Monte Carmelo, Petrópolis e Vila Cristina: 02
- Belo Horizonte, Canyon, Centenário, Cidade Industrial, Exposição, Jardim Eldorado, Jardim Esmeralda, La Paloma, Linha 40, Mariland, Presidente Vargas, São Cristóvão, Santos Dumont, Vila Ipê e Vila Romana (Desvio Rizzo): 01
Confira alguns cuidados:
- Não deixar água acumulada;
- Virar todas as garrafas com a boca para baixo, evitando o acúmulo de água dentro delas;
- Fechar bem o saco de lixo e deixar fora do alcance de animais;
- Remover folhas, galhos e tudo que possa impedir a água de correr pelas calhas;
- Manter a caixa d'água bem fechada;
- Colocar no lixo todo objeto não utilizado que possa acumular água;
- Manter bem tampados tonéis e barris d'água;
- Trocar a água dos vasos de plantas;
- Encher de areia até a borda os pratos das plantas ou lavá-los semanalmente com escova;
- Colocar o lixo em sacos plásticos e manter a lixeira bem fechada;
- Lavar semanalmente por dentro com escova e sabão os tanques utilizados para armazenar água;
- Lavar com escova e sabão os utensílios usados para guardar água em casa.