A falta de informações sobre a procedência dos laudos que permitiram o retorno de famílias atingidas pela tempestade em Gramado, em novembro, motivou a criação de uma Comissão Temporária Especial na Câmara de Vereadores municipal.
Em um dos pedidos de informação, protocolado na última sexta-feira (1º), quatro vereadores assinam o documento que solicita cópia dos estudos técnicos e dos laudos elaborados sobre os eventos climáticos e movimentações de massa na cidade. Além disso, questionam sobre quem foi o responsável pela elaboração dos estudos e qual valor foi pago aos profissionais.
Criada na sexta-feira, a comissão tem à disposição uma bio-geóloga, que se voluntariou para interpretar os laudos, porque segundo o vereador Renan Sartori (MDB), moradores ainda teriam receio de voltar para casa:
— Vai nos ajudar a interpretar os laudos e ter uma segunda opinião, porque nem os moradores estavam 100% confiantes. Claro que todo mundo quer voltar para casa, mas será que esses laudos traduzem a verdade? O bairro Três Pinheiros, por exemplo, é lindeiro à uma obra pública. A Rua Nelson Dinnebier (bairro Piratini) é lindeira a uma obra que vai unir dois bairros e estava passando por detonações até pouco tempo — aponta Sartori.
Além de Sartori, compõem a comissão os vereadores Cícero Altreiter (MDB) e Rodrigo Paim (MDB). Quem preside é o vereador Professor Daniel (PT):
— A comissão foi instalada para tentar uma relação com o Executivo, mas não há diálogo, então estamos muito preocupados com o que o município estaria escondendo. Queríamos, por exemplo, a relação das famílias desalojadas, mas não soubemos se eles não conseguiram fazer ou não querem nos mostrar. É sempre uma estimativa, não se tem precisão.
Além do pedido de informações, um outro documento, que indica isenção do IPTU e outros impostos municipais aos atingidos, também foi protocolado. O aumento do aluguel social para R$ 2 mil também foi sugerido pela comissão e ainda não teve resposta. A prefeitura tem 30 dias, a contar da data do encaminhamento, para responder aos vereadores.
Na última segunda-feira, uma terceira medida, também sugerida no documento, foi aprovada por unanimidade pela Câmara de Vereadores. O projeto de lei encaminhado pelo Executivo prevê o Auxílio Monetário Emergencial (AME) de R$ 1.375 para os moradores afetados pela chuva de 17 de novembro.