O tempo estava fechado e pouco convidativo nesta quinta-feira (12), mas a fé foi mais forte e inspirou cerca de 1,1 mil pessoas a participarem do 43º Encontro de Zeladoras e Zeladores de Capelinhas em Caxias do Sul. O encontro ocorreu no Seminário Nossa Senhora Aparecida.
A atividade se iniciou às 9h da manhã e seguiu com programação até as 14h30min, com missa, momento de orações e integração entre os participantes. De acordo com o diácono Luciano Dalmolin, um dos organizadores do evento, o encontro, que já acontece há 43 anos, é comemorado no dia 12 de outubro porque a zeladora é um sinal vocacional nas comunidades. Essa atividade é desenvolvida, em sua maioria, por mulheres, mas há também a participação de homens.
— Tem essa ligação muito forte, zeladora e vocações. Por isso, nós também celebramos esse dia aqui, trazemos os padres, os seminaristas da nossa diocese, para que também estejam aqui celebrando este dia, que ele é de renovação da missão, e para que elas também possam se sentir muito bem. A ideia é de incentivar as zeladoras a seguirem motivadas a continuar cuidado das capelinhas — afirma.
Tradição mantida mesmo com a troca de cidade
Maristela Toigo, 60 anos, é professora e voluntária na Paróquia São Pelegrino. Mas, antes de ser zeladora da capelinha de seu prédio, morava em Porto Alegre, onde conheceu essa tradição religiosa. Em 2013, se mudou para Caxias do Sul e foi morar num prédio em que não tinha capelinha. Foi aí que surgiu a ideia de poder introduzir a imagem da santa no prédio. Depois de conversar com a coordenadora da sua paróquia, ela assumiu a tarefa:
— Ela me orientou a como fazer e me deu uma capelinha, mobilizei o prédio, os moradores, para receberem a capelinha. Na época, todos eram católicos. Como passar do tempo, teve algumas mudanças de moradores, tem outras crenças, mas a maioria é católico e recebe a capelinha — conta.
Ela conta que cuida da capelinha há 10 anos e que os moradores dizem que gostam muito de receber a santa nas suas casas.
— Eu sinto uma grande alegria em poder levar a capelinha às pessoas. E ao mesmo tempo percebo que, ao recebê-la, eles estão recebendo algo maravilhoso, divino na sua casa. Então isso me traz muita alegria. Fazer aquele trabalho voluntário, mas ao mesmo tempo com muita dedicação, muito carinho.
Tarefa feita com muito amor e dedicação
Zenair Dal Molin, moradora de Nova Roma do Sul, também participou do encontro nesta quinta. Ela e a filha, irmã Eliete Dal Molin, preservam em família a religiosidade.
Há cerca de 12 anos, Zenair recebeu o convite dos moradores da localidade onde mora para que ela fosse zeladora. Isso porque já eram mais de 30 famílias que recebiam a figura religiosa em casa e, pelo número ser alto, os vizinhos decidiram compartilhar uma nova capelinha.
— A capelinha demorava muito tempo para rodar entre as casas, aí me convidaram para ser zeladora e eu aceitei. Faço por amor, com muito prazer — reconhece.
Ela ainda conta que, além da função, o grupo de zeladoras da cidade organiza momentos de oração e religiosidade com as famílias no Natal e na Páscoa, todos os anos.