Em novembro, o Pioneiro completa 75 anos de histórias emocionantes e de fatos marcantes na Serra. Para celebrar, acompanhe a série Pet Histórias, publicada às sextas-feiras. Afinal, a presença de animais de estimação traz mais alegria para a vida das famílias.
É inegável que a convivência saudável entre humanos e animais é uma fonte inesgotável de felicidade. Mas, para a revendedora de produtos de beleza Liane Margarete Lissoni Martins, 52 anos, de Caxias do Sul, essa relação vai muito além. A convivência com os animais a ajudou a superar a dor da perda da filha, que morreu durante o parto no ano de 2011.
Aquele episódio fez com que Liane fosse consumida por um sentimento de dor intensa, que muitas vezes fazia com que não tivesse ânimo nem de sair da cama. Foi então que Meg, a cachorrinha da família, da raça shih tzu com pequinês, começou a ajudar a devolver a motivação de viver.
Até abril de 2023, já com 15 anos, Meg trouxe muita alegria para o apartamento, onde Liane reside com o esposo, o porteiro Jorge Martins, 55. Prova disso são os vários porta-retratos que mostram como o animal foi o centro da vida do casal durante todo o tempo. Mas, em abril deste, a cachorrinha também partiu.
E a falta da shitzu deixou um vazio enorme na vida da família. Por isso, ela decidiu adotar a cachorrinha Maria Eduarda, mistura de shih tzu com yorksire.
— A Meg era tudo para mim. Ela me ajudou a superar o luto. A minha vida girou em torno da Meg a partir das minhas perdas. Quando morreu, o meu mundo acabou, porque a Meg se tornou a minha filha. A casa tinha um silêncio, não tinha mais alegria e vida dentro de casa — relembra a revendedora.
O amor por Meg é tão intenso que, antes de adotar Maria Eduarda, Liane procurou uma terapeuta para fazer uma comunicação intuitiva animal entre consciências para saber se a "filha" pet estava bem. Esse tipo de comunicação consiste em uma série de técnicas para entender como os mascotes estão física e emocionalmente.
Na primeira vez durante a terapia, Meg "contou que estava bem, e pediu que a mãe doasse tudo o que tinha sido dela. Na segunda sessão, Meg estava braba com Liane, porque a tutora ainda estava tomada pela dor:
— Eu estava numa fase de revolta, com raiva do mundo, raiva de tudo e a Meg estava braba e não queria mais falar comigo porque ela tinha me dado tanto amor, e eu estava sendo egoísta. Eu estava me afundando em depressão. Isso estava fazendo mal para ela, onde ela estava — descreve Liane, sem segurar as lágrimas.
Mas foi pensando no bem-estar de Meg que Liane novamente percebeu que precisava melhorar. Em uma pesquisa nas redes sociais, encontrou no rosto de outra peludinha o mesmo olhar de Meg. Atualmente, Maria Eduarda é a companhia constante de Liane. É quem, mais uma vez, está fazendo a caxiense superar a dor da perda. Claro que Maria Eduarda não substitui Meg, mas a energia dela ajuda a devolver alegria e leveza à casa.
— A Eduarda é renascimento para mim e minha salvação. Me ajudou a sair daquele poço sem fundo em que eu estava. Os olhos são tão parecidos com o da Meg e ela veio encher nossa casa de vida. Acho tão parecida com a Meg — suspira Liane, abraçando a peludinha.