Deve iniciar nos próximos dias a remoção do antigo camelódromo da Praça da Bandeira, em Caxias do Sul. A retirada da estrutura, que hoje está degradada, integra uma série de ações que estão previstas para revitalizar este espaço público nos próximos meses. A praça, que já começou a receber melhorias, foi adotada por um grupo de empresários da região. A parceria com a prefeitura deve durar, inicialmente, três anos e foi oficializada em um ato com a presença de autoridades e da comunidade na manhã deste sábado (1º).
Os tijolos e outros resíduos do antigo camelódromo que estiverem em bom estado de conservação serão encaminhados ao Banco de Materiais de Construção, serviço administrado pela Secretaria Municipal da Habitação (SMH) que doa e recebe este tipo de insumos.
O secretário do Meio Ambiente, João Uez, explica que esse tipo de parceria pode durar até cinco anos, sendo ainda passível de renovação futura caso haja interesse dos adotantes. No caso da Praça da Bandeira, houve aprovação prévia de um projeto junto à Secretaria do Planejamento antes do início das melhorias. O material foi elaborado com os arquitetos do Centro Universitário da Serra Gaúcha (FSG).
— O município não irá arcar com recursos aqui. A associação (Associação Comunitária Praça Dante Marcucci - Praça da Bandeira) assume os encargos de todos os tipos de manutenção, de melhoria nas calçadas, nos brinquedos, nas pinturas, nos canteiros, enfim, de infraestrutura. A prefeitura pode ajudar eventualmente com mão de obra, em uma parceria mesmo — explica Uez, acrescentando que alterações mais significativas na praça precisarão passar por autorização do poder público antes de serem executadas.
O empresário Ademir Argenta, um dos que batalhou pela adoção da praça e lidera a iniciativa, detalha que a pintura do espaço deve iniciar nos próximos 30 dias. Já a parte de ajardinamento deve ocorrer em setembro — em maio, houve a supressão de árvores e corte da vegetação.
— Até o fim do ano queremos ver se recuperamos os monumentos históricos de uma maneira mais simples, para não serem vandalizados e roubados. É um trabalho de qualificação e, principalmente, de continuidade. Não adianta fazer algo e depois abandonar — argumenta.
Coordenadora do projeto de revitalização, a professora da FSG e arquiteta Paula Nader, pondera que o objetivo não é mudar as características da praça até mesmo pela relevância histórica do local. Além de Paula, a equipe que fez o diagnóstico e os estudos de intervenção é formada por seis alunos e pelos professores Giovana Santini, Juliana Guarnieri e Lizia de Zorzi.
— Tivemos um olhar de revitalização mesmo, (com proposta de) inserção de novos bancos, locais de lazer mais apropriados, uma melhoria no pavimento, com acessibilidade... Precisamos ter um olhar de preservação e não de modificação completa do espaço — ressalta Paula.
Uma das alterações estruturais previstas para ocorrer é uma espécie de recuo da Feira Ponto de Safra que ocorre na Rua Moreira César, na lateral da Praça da Bandeira, às sextas-feiras. As bancas que hoje ocupam as vagas de carros devem ser dispostas na calçada. Desta forma, os caminhões dos agricultores serão direcionados para as vagas de estacionamento e não mais uma das pistas de rodagem. O objetivo é fazer com que o trânsito flua melhor no local.
Demanda antiga da comunidade
As melhorias que estão sendo colocadas em prática na Praça da Bandeira, em São Pelegrino, já haviam sido tentadas diversas vezes ao longo dos anos. A ideia de reformar a área surgiu em 2013, com a transferência do antigo camelódromo. O objetivo era remodelar a praça para proporcionar condições de ser frequentada especialmente à noite. Na ocasião foi levantada a hipótese de se construir um estacionamento subterrâneo no local, projeto descartado. Desde então, a revitalização nunca saiu do papel por questões financeiras, segundo alegou a prefeitura ao longo de diferentes gestões.