Viver e estudar nos Estados Unidos era um sonho de infância da estudante caxiense Sophia Giehl do Nascimento, 18 anos. Mas foi somente em 2021, com o apoio da família, que ela fez as malas e tornou o desejo uma realidade. Mais do que uma experiência no Exterior, a jovem celebra o resultado dos seus esforços: ela foi aceita em cinco das seis universidades americanas para as quais se candidatou. Sophia optou pela Florida Atlantic University e iniciará os estudos em agosto. O curso ainda não está definido, mas a tendência é que seja Psicologia.
A jornada da caxiense em terras americanas teve início na metade de 2021, quando ela se mudou para a casa de uma tia em Orlando, na Flórida, para estudar. Sophia estava cursando o segundo ano do Ensino Médio no La Salle Carmos, em Caxias, e teve que iniciá-lo, do zero, nos EUA — lá, o ano letivo começa em agosto.
— Quando vinha para os Estados Unidos com meus pais (em férias), sempre tinha muito essa vontade de fazer o Ensino Médio, me formar e morar aqui. Gostaria de ter vindo ainda no nono ano (do Ensino Fundamental), mas acabou não dando certo em função da covid-19 — detalha.
Vencidas as dificuldades culturais e linguísticas e a adaptação dos primeiros meses, Sophia iniciou a preparação para ser admitida pelas universidades norte-americanas. Diferentemente do Brasil, nos EUA não há vestibular para ingressar em cursos de graduação. O processo de seleção que Sophia passou, por exemplo, levou em consideração as notas obtidas durante o Ensino Médio, a escrita de uma redação, além da aplicação de um exame e atividades extracurriculares (com peso bastante importante para admissão ou não).
Ela foi aceita nas instituições Florida Atlantic University, Palm Beach Atlantic, Rollins College, University Of West Florida e Nova Southeastern University, optando pela primeira delas.
Preparação
Para alcançar a admissão nas universidades americanas, Sophia teve que correr atrás. Era necessário preencher o currículo com atividades extras, algo que não é geralmente exigido ou tão incentivado no Brasil, mas que é bem relevante nos Estados Unidos. Para isso, ela começou entrando em um grupo de teatro, onde trabalhou na parte de figurinos e maquiagens e também direcionou esforços extras nas aulas, para conseguir alcançar as matérias mais avançadas no último ano do Ensino Médio.
Porém, a caxiense ainda sentia que precisava ir além. Foi então que Sophia decidiu criar um grupo na escola chamado Sociedade Internacional. Os encontros semanais com outros estudantes têm o objetivo de falar sobre a cultura de outros países ao redor do mundo. As reuniões contam até com comida típica de cada local tratado.
A estudante ainda integra um grupo de estudos de matemática e outro que conta com alunos que obtêm notas altas.
— Neste meu último foquei em fazer diversas coisas para mostrar para as faculdades que eu sou capaz de entrar. Porque mesmo eu sendo brasileira e não tendo o mesmo tempo de preparação deles, as faculdades vão me julgar como se eu fosse americana. São muitas pessoas aplicando, tem que ter algo que chame atenção, que diferencie — comenta.
Questionada se todo o esforço valeu a pena, ela não hesita:
— Tudo o que eu fiz está vindo para mim agora. Estou colhendo o que eu plantei, mesmo tendo dado muito trabalho. Agora, eu pude escolher onde eu queria ir. Não foi uma opção que sobrou. Tive o prazer de escolher a faculdade que mais se encaixa comigo.
Além do ensino, a universidade escolhida pela jovem (Florida Atlantic University) levou em consideração uma memória afetiva.
— Quando vínhamos para cá nas férias passávamos próximo dessa universidade. Foi um lugar que fui muito feliz — finaliza.