Centenas de pessoas foram em busca do primeiro emprego ou da recolocação no mercado de trabalho na manhã deste sábado (15) em Caxias do Sul. Promovido pela prefeitura, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e entidades sindicais, o Feirão de Empregos segue até as 16h na sede do Centro Administrativo e conta com o apoio da FGTAS/Sine e ofereceu mais de mil vagas para áreas do comércio, indústria, serviço e construção civil.
A oferta de vagas que compreendem todos os níveis de escolaridade fez com que uma fila se formasse horas antes do atendimento iniciar, às 9h. Por ordem de chegada e munidos de documento com foto os interessados eram encaminhados ao balcão do Sine para cadastro. Caso preenchessem os requisitos das vagas ofertadas recebiam a carta de recomendação.
No segundo andar, 20 empresas faziam as entrevistas e contratavam ali mesmo no local. Foi o caso da jovem venezuelana Anghelique Viera, 19 anos, que foi admitida pela Malta para uma vaga de auxiliar de produção.
— Estou há cinco meses em Caxias, não imaginei que sairia daqui empregada — disse ela.
A empresa de equipamentos e utilidades domésticas em que Anghelique irá trabalhar, participou pela primeira vez do feirão e preencheu vagas abertas em setores de produção e montagem.
— Temos muita rotatividade em uma empresa com mais de cem funcionários. Foi muito bom ter vindo até os interessados que já irão assinar os documentos nessa segunda-feira — contou a responsável pelo Recursos Humanos, Nina Ortíz.
Quem ganhava a carta de recomendação para uma empresa que não estava no local era encaminhado a orientações de como se portar na entrevista de emprego, agendada para a próxima semana.
Rosimilda Corrêa, 45, recebeu a última parcela do seguro desemprego no dia 10 e correu para garantir um retorno ao mercado.
— Correndo atrás. Sempre trabalhei na construção civil, mas a mulher enfrenta um pouco de preconceito nessa área por ser mais relacionada com o público masculino, então apliquei para atendimento de balcão, em alguma loja ou padaria — contou.
Rosimilda entende que capacitação é fundamental na hora de conseguir um emprego e por isso cursa o técnico em segurança do trabalho com a esperança de voltar a trabalhar na construção civil. Em outras áreas, sabe que a falta de experiência pode ser uma barreira na hora da contratação.
— Acho que se você der oportunidade para a pessoa, ela tem como demonstrar que sabe fazer. Eu com 45 anos tem muita coisa que já sei fazer, só não tenho a experiência comprovada — analisou.
O Feirão de Empregos ainda atendeu a pessoas em situação de rua encaminhadas pela Fundação de Assistência Social (FAS) por meio de uma equipe do Centro Pop Rua. Interessados receberam roupas novas e foram encaminhados para as entrevistas.
Como Jerry Adriane Cabral dos Santos, 46, que está há quatro meses em situação de rua. Carpinteiro saiu de lá com uma carta de recomendação em mãos para a entrevista em uma das empresas que oferecia a vaga pretendida.
— Foi também o desemprego que me levou à rua, cheguei aqui às 6h. Frequento o Pop Rua todos os dias e lá me orientaram sobre como vir e o que trazer hoje.
Para a diretora da Proteção Social Básica da Fundação de Assistência Social (FAS), Jovana Fochesatto, é uma forma de tentar dar condições para que a situação vivida por eles seja passageira.
— Precisamos fazer com que deslumbrem outras possibilidades e um emprego com renda garantida dá autonomia ao indivíduo — disse.