Uma das áreas mais importantes do bairro São Pelegrino, em Caxias do Sul, está indisponível à população e vai permanecer assim por cerca de um ano e meio. As obras de revitalização do largo da estação férrea tiveram início na última semana, com o objetivo de mudar a cara da região e entregar à cidade um novo complexo de lazer.
O contrato para a reforma foi assinado no início de fevereiro, mas as intervenções ainda não tinham iniciado devido à finalização dos trâmites burocráticos. Com as pendências resolvidas, quem circula pela Rua Augusto Pestana já percebe as primeiras movimentações da equipe.
— Estamos começando pela limpeza de vegetação, instalação de tapumes e do canteiro de obras — afirma Délcio Chiamentti, sócio da empresa Efeito Comércio e Construções Ltda, responsável pela revitalização.
A etapa seguinte consiste principalmente na implantação do piso da área, que receberá também outras intervenções, como anfiteatro, nas fases posteriores. Embora a área dos trilhos em si não tenha circulação livre para o público, o espaço recebe eventos esporadicamente e também serve de estacionamento para a Secretaria da Cultura. No período da reforma, contudo, a circulação não será permitida por questões de segurança. Os prédios da secretaria e da Biblioteca Parque serão cercados por tapumes, mas as atividades não serão interrompidas porque ambos têm acesso externo. O restante do complexo já conta com cercas, que serão mantidas para a proteção da obra.
— Os tapumes são mais para não haver interferência nossa — explica Chiamentti.
Nos primeiros meses, a circulação na Rua Augusto Pestana não será comprometida. Com o avanço da obra, no entanto, haverá a necessidade de melhorias na rede esgoto da via ao longo do trecho que margeia a estação. Quando estiver pronta, a via contará com decks e irá se integrar ao restante do complexo, ao contrário do que ocorre atualmente, em que as cercas isolam um espaço do outro.
Entre as intervenções mais complexas, segundo Chiamentti, estão a recuperação do terminal graneleiro e do reservatório situado ao lado do prédio da Secretaria da Cultura, que são construções históricas.
— Outra coisa nova e que requer conhecimento é o chafariz (fonte interativa que ficará no nível do piso) — relata.
A empresa conta com um escritório no próprio largo da estação para gerenciar o trabalho e encaminhar contratações. Até agora, cerca de cinco profissionais já foram admitidos, mas há vagas abertas especialmente para pedreiro e servente de pedreiro. A primeira etapa da obra deve contar com 10 a 12 profissionais, mas o quantidade e a especialidade mudará conforme a evolução do trabalho. Para se candidatar, é possível comparecer no escritório, que tem acesso pela Augusto Pestana.
A reforma
O projeto de revitalização da Estação Férrea prevê a criação de concha acústica, praça com fontes de água interativas, paisagismo e mobiliário urbano e deques na Rua Augusto Pestana, entre outras melhorias urbanísticas. Também está previsto um novo acesso aos pedestres via Rua Marechal Floriano.
O prazo de entrega previsto em contrato inicialmente era de seis meses, mas a empresa estima que deva levar entre um ano e um ano e meio. Nesse caso, o município pode realizar um aditivo contratual estendendo o prazo.
Do total de R$ 7,59 milhões orçados para a revitalização, R$ 3,5 milhões serão pagos com recursos já repassados ao município pelo Programa Avançar no Turismo, do governo do Estado. O restante será complementado pelo município por meio de empréstimo autorizado pela Câmara de Vereadores.
O objetivo do município é conceder o espaço para que a iniciativa privada realize a manutenção e evite a degradação após a reforma. Os estudos já estão em andamento.
