Mesmo estando a 675 quilômetros de distância do epicentro do terremoto que causou a morte de pelo menos 1,6 mil pessoas na Turquia nesta segunda-feira (6), o caxiense Gustavo Campanharo pôde sentir os impactos causados pelo desastre natural. O abalo sísmico de magnitude 7,8 registrado no sul do país impactou países vizinhos, provocando cerca de mil mortes também na Síria. Os dados foram os contabilizados até as 15h, pelo horário de Brasília.
Campanharo, que é volante do Kayserispor, estava na cidade de Giresun para uma partida de futebol, quando recebeu uma ligação de sua esposa às 4h da madrugada do fuso horário local. Ela e os dois filhos do casal, de quatro e oito anos, estavam na cidade em que a família mora, Kayseri, que fica a 180 quilômetros do ponto de origem do terremoto. De acordo com ele, naquele momento o primeiro tremor já havia passado, mas durante a chamada o segundo tremor iniciou.
— Um ano atrás eu havia sentido, porém foi mais fraco. Moramos aqui há três anos e já houveram outros terremotos mais fracos. Dessa vez, foram minutos de pânico, porque eu não conseguia sentir, mas imaginava o que estava se passando (por estar ao telefone) — contou o caxiense.
Gustavo relatou ainda que, ao longo desta segunda-feira, pôde sentir mais tremores, porém um pouco mais leves. Por conta do desastre, a agenda de jogos foi cancelada e permanece sem previsão de retorno.
— O país está em luto, as pessoas com bastante medo, porque ainda há indícios de que possa continuar (os tremores). As pessoas que moram em prédios estão com medo de voltar, pelo risco de desabamento. Houve cidades vizinhas em que o estrago foi muito grande. Prédios caíram e pessoas ainda estão desaparecidas. Agora, estamos no clube do time que jogo, com alguns familiares dos atletas, que é um lugar mais seguro caso a gente precise sair rápido — relatou Campanharo, mesmo referindo que o abalo causou rachaduras nas paredes do clube.
O atleta reside na Turquia desde 2020 com a família. No momento, a sogra e uma sobrinha de Gustavo também estão no país. Segundo ele, por conta do estado de alerta há a possibilidade de que todos se desloquem para Istambul, área que não foi afetada pelo terremoto.