A falta de leitos é um problema histórico em Caxias do Sul que afeta diretamente pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Na última sexta-feira (27), o vereador Rafael Bueno (PDT), que integra a Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara de Vereadores de Caxias, afirmou que recebeu mais de 10 pedidos de ajuda, inclusive de idosos com mais de 90 anos, que estão nas unidades de pronto-atendimento (UPAs) Zona Norte e Central aguardando leitos. O presidente do Conselho de Saúde, Alexandre Silva, relatou que um idoso de 94 anos está à espera de leito há cerca de 10 dias.
A situação é confirmada pela Secretaria Municipal da Saúde de Caxias (SMS). Até o começo da tarde deste sábado (27) havia 55 pacientes da Serra à espera de leitos nos hospitais da cidade. Com tanta procura e pouco espaço, os pacientes ficam internados nas UPAs enquanto não vaga um leito hospitalar. Por nota, a secretaria justifica que "atualmente não há capacidade instalada, ou seja, espaço físico e equipes, nem previsão orçamentária para a abertura de mais leitos."
A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) lembra, ainda, que os hospitais de Caxias com atendimento SUS recebem pacientes de 49 municípios. Sobre o tempo de espera para transferência para leito hospitalar, a SMS explica que isso muda conforme cada quadro clínico e qual hospital que presta o atendimento de saúde específico que cada paciente necessita.
Confira a nota:
"Em março de 2022, o município de Caxias do Sul conseguiu manter 34 leitos SUS que seriam fechados após o fim da emergência de saúde por conta da covid-19. Assim, atualmente há 16 de UTI e 18 de enfermaria a mais, todos custeados com recursos municipais (são R$ 900 mil ao mês). Mesmo assim, Caxias do Sul tem uma demanda histórica por leitos. Atualmente não há capacidade instalada, ou seja, espaço físico e equipes, nem previsão orçamentária para a abertura de mais leitos. A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) lembra, ainda, que os hospitais de Caxias com atendimento SUS recebem pacientes de 49 municípios da Macrosserra quando instituição da cidade de origem da pessoa não têm estrutura para o atendimento.
O tempo de espera para transferência para leito hospitalar muda conforme cada quadro clínico e qual o hospital que presta o atendimento de saúde específico que cada paciente necessita. Por isso, o período para cada transferência varia de uma situação para outra. A média de espera tem girado entre 24 horas e três a quatro dias. Esse trabalho de regulação é realizado pela Central de Regulação de Leitos (CRL), 24 horas por dia.
Para os casos de pacientes com iminente risco de morte é previsto em portaria do Ministério da Saúde o conceito de “vaga zero”, para que seja assegurado o acesso do paciente em tempo oportuno."