O Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) de Caxias do Sul prevê tornar obrigatória a instalação de uma caixa de proteção para novas ligações de água ou adequações no local de instalação do equipamento. A medida tentará coibir o furto de hidrômetros, que triplicou no ano passado: em 2022, a autarquia foi informada sobre 1.003 equipamentos levados por criminosos, enquanto no ano anterior foram 300 ocorrências deste tipo.
A obrigatoriedade da caixa de proteção ainda depende da publicação de um decreto que está em elaboração pela autarquia, mas a intenção é que a medida passe a valer a partir do dia 1º de março. Um material explicativo aos usuários também está sendo organizado para facilitar a adesão.
— A caixa já é padrão em diversas cidades do Brasil, inclusive já é utilizada pela Corsan e, entre os benefícios, podemos citar a prevenção de fraudes, facilidade de acesso do Samae ao hidrômetro e a redução de vazamentos no cavalete. Nas novas solicitações, a autarquia irá fornecer a caixa de forma gratuita, sendo que o usuário será o responsável por fazer a instalação de acordo com as diretrizes estabelecidas — detalha o diretor-presidente do Samae, Gilberto Meletti.
A caixa de proteção não tem custo e é disponibilizada desde já para novas ligações de água ou troca de local. Para retirar, o usuário precisa ir pessoalmente na loja comercial da autarquia, na Rua Pinheiro Machado, 1.631, de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h. O Samae reforça que a instalação é por conta do morador, assim como a estrutura de mureta ou muro que necessariamente abriga o material.
O arquiteto Paulo Roberto Cavalli instalou a caixa há cerca de três anos, quando mudou de residência no bairro Ana Rech. Ele diz que inicialmente ficou interessado pela parte estética, mas também ressalta a proteção propiciada ao equipamento:
— Foram dois objetivos: um para a segurança e outro pela beleza. Fica um visual legal, bonito quando se instala no muro, fica bem padronizado — avalia, acrescentando que, felizmente, as residências onde morou nunca tiveram o hidrômetro levado.
Pio X, Santa Catarina e São Pelegrino na mira dos criminosos
Conforme o levantamento realizado pelo Samae, os bairros Pio X, Santa Catarina e São Pelegrino concentraram boa parte das ocorrências no ano passado, com 182, 139 e 114 casos respectivamente. Os meses com mais furtos foram junho (150) e julho (118).
O presidente da Associação dos Moradores do bairro (Amob) São Pelegrino, Alexandre Tres, se recorda de furtos que ocorreram há alguns meses:
—Até uns seis, oito meses atrás estava direto. Levavam os hidrômetros e os cadeados. Inclusive, no prédio onde tenho comércio foi colocado um cadeado novo e não deu dois dias foi furtado — relata o presidente da Amob.
O que é visado pelos criminosos são os materiais utilizados na fabricação dos aparelhos, como o bronze e o vidro. Por isso, o Samae trabalha na compra de equipamentos de plástico.
— Com isso, tentaremos inibir o furto, porque se (o criminoso) fizer o furto não tem resultado positivo, não tem mercado, nem valor. Além disso, são equipamentos com maior precisão, maior durabilidade, mais modernos — argumenta Meletti.
Vale lembrar que quando ocorrer o furto, a população deve informar a autarquia imediatamente pelo plantão 24h, no número 115. Após avisar o Samae, o consumidor deve obrigatoriamente registrar um boletim de ocorrência e, com o documento em mãos, ir até a sede da autarquia para solicitar um novo hidrômetro no prazo de três dias ou realizar este procedimento pela plataforma de atendimento WhatsApp (54) 99180-0893, sem necessidade de deslocamento.
Furtos de anos anteriores*
2022 – 1003 furtos
2021 – 300 furtos
2020 – 293 furtos
2019 – 285 furtos
*Fonte: Samae.
