Um temporal acompanhado por granizo provocou estragos em plantações de Farroupilha na tarde desta terça-feira (10). A chuvarada foi registrada pouco depois das 15h. Os bombeiros não registraram chamados por destelhamentos ou outros estragos em moradias.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Agricultores Familiares do município, Marcio Ferrari, houve registro de estragos nas comunidades de Linha Amadeu, Linha Jansen, Caravaggio, Capela de Todos os Santos e São José da Linha Palmeiro. Há relatos de prejuízos em plantações de uva, pêssego, caqui, kiwi e milho. O volume de estragos ainda está sendo apurado.
Outro município da Serra que registrou as pedras de gelo foi São Francisco de Paula. Segundo os bombeiros e a Defesa Civil do município, o fenômeno não causou ocorrências nem destelhamentos.
Agricultor estima perda de 60% a 80% na uva
O agricultor Juarez Zamboni da Linha 30, interior de Farroupilha, estima perda de 60% a 80% na produção da uva. Ele tem plantações de variedades como Bordô, Niágara e Lorena em cerca de nove hectares.
Segundo ele, a chuva com granizo ocorreu antes das 15h e durou cerca de 15 minutos. Zamboni, que utiliza a produção para a própria cantina e para outros estabelecimentos da região, lamentou as perdas e as condições climáticas que têm prejudicado as plantações:
— Esse ano está complicado para a agricultura. O frio atrasou a colheita, porque teve geada até em novembro. Daí veio estiagem e, agora, esse granizo para complicar ainda mais — ressaltou ele.
Conforme Zamboni, a plantação possui seguro, diferentemente de 10 anos atrás, quando houve perda total na produção, por conta da estiagem seguida por chuva de pedra.
Quem também contabilizava os prejuízos na produção de uva na noite desta terça-feira era a agricultora Neiva Maria Biasus Somacal, da comunidade de Capela de Todos os Santos. Assim como Zamboni, ela estima uma perda superior a 60% nos parreirais de variedades como Bordô e Niágara branca e rosa.
Ela e o marido se dedicam a cerca de três hectares da fruta, que é encaminhada a uma cantina de Flores da Cunha. Neiva relatou a tristeza ao ver cachos inteiros no chão, derrubados pela força da chuva e do vento.
— Foi uma chuva em duas frentes, com muito vento. As pedras eram do tamanho de ovo de codorna. Durou aproximadamente uns 17 minutos — detalha Neiva.