Instituído no Rio de Janeiro, em 1964, e comemorado no dia 2 de dezembro, o Dia Nacional do Samba é celebrado em Caxias do Sul com feijoada e roda de samba no Bar do Luizinho. A segunda edição do evento, que bloqueia um trecho da Rua Jacob Luchesi, no bairro Santa Lúcia, precisou aguardar o fim das restrições impostas pela pandemia para voltar a ocorrer.
E seu retorno foi celebrado por quem chegou cedo para curtir um domingo inteiro dedicado ao samba. Com chapéu da Mangueira, fã do Salgueiro e letra da Beija-Flor na ponta da língua, a professora Rosmari Moschen, 50, sintetizou no amor pelas escolas de samba o que a música significa: diversidade.
— Um encontro com pessoas que gostam de samba se torna sempre um momento de extrema alegria e desconcentração. As pessoas não se preocupam como dançam ou como se vestem, nada disso. É um momento para deixar o dia feliz — contou Rosmari, que já perdeu as contas de quantas vezes pulou Carnaval na Marquês de Sapucaí.
Idealizador do evento, Luiz Santos celebrou a participação do público ao lado do filho Leonardo. A alegria de reunir gente de todas as cores e idades na própria casa estava estampada no rosto de quem fazia questão de estender a mão a cada cliente que sambava por ali.
— É maravilhoso, todo mundo vem aqui e se sente bem, e é isso que o samba faz. É gratificante proporcionar a cultura do samba para as pessoas — disse.
Com os caxienses do Grupo Seresteiros do Luar e o carioca Pretinho da Serrinha, o Dia do Samba no Luizinho segue até a noite. No final da tarde, a música invade a rua e o público confere a roda de samba em frente ao bar. No repertório, canções históricas de um gênero musical que se mistura com a história do Brasil.
A assistente social Juçara de Quadro, 66, não irá para casa sem antes ouvir o seu preferido. Estrela de Madureira, lançado em 1975, por Roberto Ribeiro, é para ela um samba que faz recordar a mãe, cantora de rádio, e tem o poder de transformar vidas.
— O samba nos traz alegria e tem que ser assim, junto das pessoas. Foi difícil passar pela pandemia e assistir as rodas pelas lives, o Luizinho está de parabéns em reunir tanta gente boa — disse.
Dois dias depois da eliminação da Sleção Brasileira da Copa do Mundo do Catar, o samba de Almir Guineto, que aconselha levantar a cabeça e deixar de lado o baixo astral, foi o pedido da assistente comercial Patrícia Félix, 45. Moradora de Caxias do Sul há seis anos, Patrícia comemorou a cena musical da cidade. Para ela, rodas de samba podem até curar feridas.
— Percebo Caxias como um lugar de samba, que onde não tem, não está a alegria. É a dança da alma, nossa raiz negra que tem no coração de todo o brasileiro — definiu.
O Dia do Samba no Bar do Luizinho segue até as 20h30min. A entrada custa R$ 20.