Técnicos e auxiliares de enfermagem protestam em frente ao acesso dos funcionários no hospital da Unimed, em Caxias do Sul, na manhã desta quarta-feira (21). A paralisação contra a suspensão da lei que fixa o piso salarial da categoria, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), começou por volta das 6h30min e deve seguir até as 17h. A categoria já havia protestado, mas desta vez, em ação convocada pelo Fórum Nacional da Enfermagem, parou as atividades no hospital e apenas 30% dos serviços estão mantidos.
Na última assembleia, do dia 19, os trabalhadores deflagraram estado permanente de greve, segundo Bernadete Giacomini, presidente do Sindisaude, sindicato que representa a categoria.
A técnica de enfermagem Pamela Alvez, 36 anos, ressalta que a categoria seguirá mobilizada:
— É nosso direito e vamos lutar por ele. Na pandemia, mesmo com medo, cuidamos com amor de cada paciente, nunca deixamos de trabalhar e todos contaram com a gente. Precisamos de apoio e não vamos desistir.
A ação começou na Unimed, mas deve se estender para outros hospitais, segundo Bernardete. Por meio da assessoria de imprensa, a Unimed disse que não vai se manifestar sobre o assunto.
No dia 15 de setembro, o plenário do STF manteve uma decisão do ministro Luís Roberto Barroso que suspendeu a lei que fixa pisos salariais para enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem e parteiras. A suspensão vale até que sejam analisados os impactos da medida na qualidade dos serviços de saúde e no orçamento de municípios e estados.
A norma foi aprovada em julho pelo Congresso e sancionada em agosto pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). O piso salarial de enfermeiros foi fixado em R$ 4.750. A norma também determinou que a remuneração de técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem e parteiras seja calculado com base nesse montante.