Na manhã desta quarta-feira (28), a prefeitura de Farroupilha arrematou a compra do Moinho Covolan, em leilão judicial, por R$ 2,1 milhões - metade do valor em que foi avaliado. O casarão histórico do município da Serra, erguido nos anos 1920, deve passar por análise técnica, respeitando os critérios para manutenção - o prédio foi tombado neste ano como patrimônio histórico da cidade. Depois, a prefeitura fará um planejamento para uso do local, que deve ser repassado para a área de cultura e lazer.
— Nós entendemos que o moinho tem um histórico importante, uma vocação cultural voltada para juventude. Então, por isso decidimos fazer a aquisição — explica o secretário de Gestão e Governo de Farroupilha, Rafael Gustavo Portolan Colloda.
Conforme o tombamento, aprovado pelo Conselho Municipal de Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural (Comphac) de Farroupilha e sancionado pelo prefeito Fabiano Feltrin (PP), apenas a fachada do Moinho não pode ser descaracterizada.
— Você pode fazer uma estrutura por dentro para modernizar e dar uma ocupação para que pessoas possam frequentar com segurança. Dentro do moinho, tudo pode ser refeito, se for o caso. A área do terreno também é bastante interessante, tem uma área muito boa — relata Colloda.
O prédio foi a leilão porque os herdeiros de Antônio Covolan (fundador do moinho) não entraram em acordo sobre a estrutura. O caso foi parar na Justiça que determinou o leilão. O dinheiro da compra, agora, será depositado em uma conta judicial. O lance, que se tornou vencedor, foi também aprovado pela Câmara de Vereadores do município.
Como a prefeitura não sabia se conseguiria a aquisição, ainda não há um projeto oficial sobre a ocupação do Moinho Covolan. Mas, a ideia é destinar para atividades de cultura, principalmente para atender a juventude. O secretário explica que isso poderá ser feito pelo próprio município ou até em parceria com o setor privado.
— Agora, precisamos terminar a parte burocrática para aquisição. Não fizemos nenhum projeto ainda porque não sabíamos se íamos arrematar ou não. Então, assim que encerrados os trâmites burocráticos, isso passará a fazer parte do escopo de projetos que o município tem — sinaliza o secretário.
Durante décadas, a construção de barro e pedra foi casa da empresa que produzia farinha, se tornando referência na economia local, até que foi desativada nos anos 1980. Na Segunda Guerra Mundial, inclusive, chegou a fornecer energia elétrica para o município. Antes do tombamento, o Moinho Covolan passou a se chamar Muinho, se tornando um café e depois, um centro cultural, recebendo atrações nacionais e internacionais.
O prefeito Fabiano Feltrin celebrou a aquisição e prometeu que o espaço também deve ser utilizado para redução de aluguel da administração pública. Porém, os serviços que podem ocupar o prédio não foram anunciados.
— Sabemos a relevância e a importância do Moinho Covolan para o contexto histórico da cidade. Mais do que isso, compreendemos o fato dele estar localizado em um ponto estratégico da cidade e da grande possibilidade de ser um receptivo de diversas ações e espaços culturais. Estamos seguindo nosso compromisso de reduzir aluguéis, uma vez que, com a compra, teremos remanejamento de espaços que, atualmente, geram custos mensais altos aos cofres públicos — declarou Feltrin.