Uma das construções mais antigas da área central de Farroupilha agora é, oficialmente, um patrimônio histórico-cultural. O tombamento do antigo Moinho Covolan foi publicado no Diário Oficial da cidade na última terça-feira (6). Este era um desejo antigo da Associação Moinho Cultural para proteger o prédio erguido entre 1937 e 1942 do assédio da especulação imobiliária.
A construção foi feita em barro e pedra com estilo protomodernista na esquina das ruas Marechal Floriano e Independência. O Moinho chama a atenção por ter seus cinco andares erguidos em madeira e tijolos, sustentados sem vigas de concreto.
O Conselho Municipal de Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural (Comphac) de Farroupilha aprovou, por unanimidade, o tombamento do antigo Moinho Covolan em agosto do ano passado. Faltava a assinatura do prefeito Fabiano Feltrin, que agora oficializou o tombamento pelo decreto 7.187.
Conforme o documento oficial, as características arquitetônicas externas da edificação correspondentes deverão ser preservadas. As adaptações necessárias, em relação ao uso, deverão ser harmônicas com os padrões da parcela tombada e submetidas a análise prévia do Comphac. Também é assinalado que a distância entre a edificação tombada e novas construções não poderá ser inferior a três metros, com possibilidade de ligações por corredores, passarelas e túneis ao imóvel tombado.
O esforço para que o prédio seja considerado patrimônio histórico e cultural iniciou em 2013. Cinco anos depois, um abaixo-assinado online reuniu 7.954 assinaturas a favor do tombamento do Moinho.
A história do Moinho
A construção em alvenaria no estilo protomodernismo teve as duas primeiras partes concluídas em 1937 e a terceira em 1942. Mas a história do moinho começa ainda antes, por volta de 1920, em uma estrutura de madeira.
Inicialmente, operava com energia gerada por uma máquina de vapor. Depois, com os negócios prosperando e como não havia energia elétrica em Farroupilha, o moinho comprou um motor movido a gasogênio, da Companhia Força e Luz da cidade de Montenegro. Maquinários também foram importados da Alemanha. Só então, começou a construção do prédio em alvenaria de tijolos maciços, sobre fundação em pedra basalto. Outro aspecto da arquitetura é que o local não conta com nenhuma viga de concreto.
Conforme levantamento histórico feito pelo grupo que desejava o tombamento, o prédio de cinco andares chegou a ser o mais alto de Farroupilha e o moinho forneceu energia elétrica para a cidade durante um período na Segunda Guerra Mundial. No final dos anos 80, a empresa parou as atividades de moagem de trigo.
Recentemente, espaço passou a ser parcialmente utilizado para atividades culturais. Em 2008, passou a se chamar Muinho, onde eram realizados shows nacionais e internacionais. O espaço também abrigava um museu com peças da antiga empresa.