A garantia do pagamento do piso salarial da enfermagem foi o que motivou uma manifestação na tarde deste domingo (4), em Caxias do Sul. Enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem que trabalham em instituições de saúde da cidade, e também apoiadores, começaram a se reunir por volta das 13h30min na Praça Dante Alighieri, em frente à Catedral Diocesana Santa Teresa.
Com um coro que pedia o cumprimento do piso salarial da categoria, os manifestantes passaram por três unidades hospitalares da área central. No Hospital Pompéia, enfermeiros fizeram um minuto de silêncio em frente à unidade, todos sentados no chão. Posteriormente, seguiram para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Central, onde foram recebidos por colegas da categoria que saíram do prédio para aplaudir a manifestação. Em seguida, o grupo fez mais um minuto de silêncio em frente ao Hospital Saúde. A manifestação terminou na Praça Dante Alighieri, onde os participantes ocuparam três faixas da rua Sinimbu.
O movimento dos enfermeiros em Caxias também foi impactado pela notícia de que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso suspendeu, na manhã deste domingo (4), a lei que garante o piso salarial da categoria. A lei foi aprovada no Congresso em julho deste ano, e sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). A liminar concedida por Barroso será analisada pelos demais ministros do STF nos próximos dias.
A partir dessa decisão, a liminar tem validade de 60 dias para que os Estados, municípios, órgãos do governo federal, conselhos e entidades da área da saúde informem o impacto financeiro e os riscos de demissão mediante o pagamento do piso.
O piso salarial da categoria seria pago pela primeira vez nesta segunda-feira (5). Ele estava fixado em R$ 4.750, para os setores público e privado. Esse valor também serve como referência para o cálculo do mínimo salarial de técnicos de enfermagem (70%), auxiliares de enfermagem (50%) e parteiras (50%).
— Para a nossa tristeza, o ministro Barroso pediu mais 60 dias para analisar de onde viriam os recursos. Isso nos deixa muito entristecidos de precisar vir para a rua pedir o cumprimento de uma lei. Hoje, a manifestação é espontânea, não é partidária, e estamos aqui exclusivamente para que se cumpra a lei — declara a enfermeira Griselda da Conceição da Silva, 45 anos, uma das representantes do movimento Enfermagem por Caxias.