Desde julho do ano passado, quando se comprovou o risco de desabamento do telhado acima do saguão de entrada, os cerca de mil alunos da Escola Estadual de Ensino Médio Alexandre Zattera, no bairro Desvio Rizzo, em Caxias do Sul, lidam com o improviso de ter que entrar diariamente pelas laterais de um espaço fundamental para o acesso ao colégio.
Com buracos e madeiras podres, a situação atual do telhado não impede que a chuva entre pelas frestas e alague o saguão. A interdição obriga os alunos a acessarem a escola em fila e pela sala dos professores, na lateral da escola, e não mais pelo pátio.
De acordo com a diretora, Marili Knebel, a empresa vencedora da licitação e responsável pelo conserto desistiu da obra no dia 14 de junho devido ao aumento dos valores dos materiais de construção.
— A gente não sabe se tem outros interessados, todo dia me perguntam e eu não tenho nenhuma informação para dar aos pais. É muito transtorno devido a porta de entrada ser de 80 centímetros, é um atraso — desabafou Marili que diz conviver com as goteiras do telhado desde 2009, muito antes da interdição do espaço.
Orçada no valor de R$ 413.281,76, a obra já tem recurso liberado, mas esbarra na falta de interessados. O impasse tem tirado a paciência da Comissão de Pais, presidida por Morgana Sgarabotto. Segundo ela, a situação é de conhecimento de todos e se arrasta ao longo dos anos, sem que nada seja feito.
— Todo mundo já está a par e ninguém faz nada, a interdição não é por nada. Os professores trabalham sempre na insegurança do que mais pode acontecer com o prédio — contou.
De acordo com a 4ª Coordenadoria Regional de Educação (4ªCRE) a empresa vencedora da licitação declinou de realizar o serviço no dia em que assinaria o contrato, e nenhuma outra se mostrou interessada.
— Não é questão de recursos, mas ficamos sem empresa para obra. Agora é preciso fazer uma atualização orçamentária, para uma nova licitação— explicou Evandro Bueno, chefe administrativo da coordenadoria, que confirma que o processo já foi iniciado pela secretaria estadual de Obras.
Ainda segunda a 4ª CRE, enquanto a renovação do orçamento é realizada, um processo já está aberto para tentar dar uma solução paliativa aos danos no telhado. A reforma emergencial, ainda em fase de avaliação, tentará desinterditar a área até que a obra, que irá reformar por completo o teto do saguão, finalmente seja iniciada.
Inscrita no Programa Escolar Cívico-Militar desde 2020, a Alexandre Zattera ainda tem disponibilizado um recurso federal de R$ 441 mil para a construção de uma subestação de energia e reforma no piso da quadra de esportes. A verba, segundo a 4ª CRE, está na fase de execução de projeto.