O final da manhã desta quarta-feira (20) foi marcado por uma manifestação que ocorreu no bairro Desvio Rizzo, em Caxias do Sul. O ato, que teve início por volta das 10h30min, foi conclamado pelo Círculo de Pais e Mestres (CPM) da Escola Estadual de Ensino Médio (EEEM) Alexandre Zattera, que atende a cerca de 900 estudantes no bairro. A primeira concentração ocorreu na Rua Alexandre Rizzo, em um ponto de alta movimentação, mas o trânsito não chegou a ser bloqueado. Agentes da Fiscalização Municipal de Trânsito e da Brigada Militar (BM) monitoraram o trajeto do grupo, que deslocou-se até a frente da escola, na Rua Romano Zattera. Por lá, a manifestação seguiu até por volta das 11h, somada pela participação de mais estudantes, que uniram-se ao grupo durante a permanência em frente ao educandário.
Com cartazes, faixas e palavras de ordem, os participantes da manifestação faziam referência às condições físicas da escola, especialmente em relação a um reparo aguardado no teto do saguão. A área está interditada desde 14 junho de 2021 por risco de desabamento e o local também alaga quando chove. A situação faz com que os alunos precisem entrar e sair da escola por uma porta lateral, que era usada para acesso dos professores.
— Em março, a CRE (4ª Coordenadoria Regional de Educação) tinha dado um prazo de 40 dias para início das obras, só que até o momento a gente não viu nada acontecer. Nem mesmo algum profissional vir avaliar antes de começar a obra ou algo nesse sentido — afirmou Carla Freitas, integrante do CPM da escola.
Em março deste ano, representantes do CPM estiveram em Porto Alegre buscando informações acerca do andamento da obra, orçada no valor de R$ 413.281,76. Carla afirma que no encontro foi informado o prazo de cinco dias, a contar da assinatura do contrato.
Procurada pela reportagem, a titular da 4ª CRE, Viviani Devalle, disse que o contrato para este serviço está com o departamento jurídico, para assinatura, e que o trâmite está dentro do prazo para este movimento que, segundo ela, foi informado aos pais pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc), em Porto Alegre:
— Na reunião foi esclarecido que levaria aproximadamente 60 dias para concluir o processo da cobertura. Então, teoricamente estamos dentro do prazo combinado — disse Viviani.
A manifestação desta quarta-feira também apontou irregularidades no PPCI — segundo a direção da escola, a última revisão foi feita em 2019 — e também houve pedido para a contratação de professores e funcionários. Conforme o CPM, pelo menos três turmas do turno da noite estão com falta de professores de espanhol e sociologia; e também há falta de auxiliar de limpeza.
A 4ª CRE alega que no sistema Informatização da Secretaria da Educação (ISE), consta somente a falta de 10h para Língua Espanhola.
— A contratação está autorizada, porém neste momento não há banco para esta disciplina. A equipe diretiva foi instruída a atender esses alunos até que se contrate o professor — afirmou Viviani.
Em relação ao PPCI, a titular afirmou que "todas escolas atendem aos itens básicos para funcionamento, em consonância com as diretrizes da mantenedora".