Entidades representativas do setor empresarial, além de representantes de municípios, Estado e União se reúnem na próxima sexta-feira (22) em Caxias do Sul para discutir os principais projetos e investimentos que a Serra necessita para garantir o crescimento da região até 2030. O encontro é o último de uma série de três — os outros foram em Nova Prata e Bento Gonçalves — destinados a debater o Plano Estratégico de Desenvolvimento Regional 2015/2030. O documento é elaborado pelo Conselho Regional de Desenvolvimento Econômico da Serra (Corede Serra) e abrange nove áreas com diagnóstico da situação e projetos para o futuro.
O documento mais atual foi apresentado em março de 2018 e apontava a duplicação da RS-122 e a construção do aeroporto de Vila Oliva como investimentos prioritários para a região. Quatro anos depois, houve avanços nos projetos (como a concessão de rodovias, prestes a iniciar), mas os gargalos de infraestrutura ainda não estão resolvidos. A intenção, então, é fazer um diagnóstico e analisar se há necessidade de alteração nos planos.
— Existem alguns gargalos importantes na infraestrutura e serviços públicos. Tudo está em execução. O importante agora é que haja investimento para que isso saia do plano — afirmou a presidente do Corede Serra, Mônica Mattia, em entrevista ao programa Gaúcha Hoje, da Gaúcha Serra.
Além da infraestrutura, o documento atual prevê ações nas áreas de saúde, educação e abastecimento, por exemplo. Entre o que evoluiu nos últimos anos, na avaliação de Mônica, estão a produção de grafeno e ônibus elétricos, além da criação de um ecossistema de inovação reconhecido.
— Na saúde, houve muitas mudanças pela pandemia e ocorreram investimentos importantes, mas ainda há gargalos. A educação também não é mais a mesma, portanto justifica a revisão do plano — argumentou.
Nas reuniões já realizadas, os participantes apontaram melhorias na educação, especialmente do Ensino Médio e profissionalizante. Um dos desafios é que o poder público implante o novo modelo educacional que entrou em vigor no país com foco na formação de novos profissionais.
— Os jovens não estão mais aceitando empregos na velha economia — lembrou a presidente do Corede.
Desde o lançamento do último plano também surgiram demandas não previstas, como a necessidade de ampliação da capacidade da BR-470, entre Bento Gonçalves e Nova Prata. Uma duplicação necessitaria desapropriações e é praticamente inviável na serra do Rio das Antas, devido ao terreno acidentado. Uma possibilidade, então, é prever uma concessão, no futuro, do trecho juntamente com a BR-285, nos Campos de Cima da Serra. Além disso, se aposta na pavimentação completa da RS-437, que liga Vila Flores a Antônio Prado para criar um caminho alternativo em direção a Caxias do Sul. Isso também poderia potencializar um novo destino de enoturismo na região, envolvendo Antônio Prado e Flores da Cunha.
— Com a RS-437 poderia se reduzir em uma hora o deslocamento — revelou Mônica.
As contribuições coletadas nas reuniões servirão de base para o Plano Estratégico de Desenvolvimento Regional 2022/2030, a ser elaborado pelo Corede.