Nesta terça-feira (14), a prefeitura de Caxias do Sul recebeu do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) um mapeamento de nove áreas de risco do município. A entidade de São Paulo, contratada pela administração pública, levou dois anos para entregar o estudo, que também contempla uma carta geotécnica de aptidão à urbanização. Com a pesquisa, a prefeitura de Caxias poderá planejar melhorias nas condições de moradia, levando em conta a segurança da população.
Este mapeamento, chamado de setorização de risco, levanta pontos sujeitos a situações como deslizamentos de terra e quedas de rochas, o que auxilia em planos de contingência contra os deslizamentos, desabamentos e alagamentos. As nove áreas pesquisadas são: Canyon, Diamantino, Euzébio Beltrão de Queiroz, Jardelino Ramos, Monte Carmelo, Portinari, Planalto, Vila Ipê e Vila Lobos.
— Além de identificar condições que podem se tornar perigosas, o estudo propõe soluções para melhorar a habitabilidade e reduzir o risco destas nove áreas apontadas pelo município — revela o geólogo e pesquisador Eduardo Soares de Macedo.
A setorização de risco, conforme os especialistas, leva à execução do Plano Municipal de Redução de Riscos (PMRR), que sugere intervenções para as áreas de maior perigo, bem como recursos para que as ações sejam tomadas.
— É um trabalho que deixa um legado de muita segurança. Em determinado momento, é preciso ser firme. Mesmo que politicamente se pague o preço. Não se pode permitir fazer o que vai colocar a população em risco. Não adianta querer ser bonzinho e depois lamentar as consequências. Temos de ser muito firmes a partir de agora, porque a natureza cobra depois. As tragédias estão aí — alerta o prefeito Adiló Didomenico.
Além das pesquisas, a prefeitura contratou junto ao IPT um curso de treinamento e capacitação para que os servidores municipais possam, no futuro, realizar e atualizar o mapeamento das áreas. As informações são disponibilizadas de forma digital para as secretarias e órgãos como o Samae.
Estudo contempla entrega de carta geotécnica
O outro documento entregue é a carta geotécnica de aptidão à urbanização, que será incluído no Plano Diretor do município. Seguindo as diretrizes da Política Nacional de Proteção e Defesa Civil (Lei 12.608/12), a carta reúne informações relevantes sobre as áreas habitáveis, inclusive estudando zonas que não foram mapeadas antes. O levantamento oferece mais segurança para ações como planejamento, licenciamento e fiscalização ou novos projetos de parcelamento do solo.
A pesquisa aproveitou informações de dois estudos anteriores, realizados pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em 2005 e 2011, mas foi realizada em escala mais detalhada.
— Se trata de um estudo muito bem fundamentado e que traz informações importantes para o nosso trabalho. As mudanças climáticas estão se apresentando, mas nós estaremos preparados — analisa o secretário municipal do Meio Ambiente, João Osório Martins.