Ficou para o dia 14 de junho a entrega do estudo que aponta as áreas de risco em pontos de ocupação irregular em Caxias do Sul. Inicialmente, a apresentação estava prevista para ocorrer até o fim de abril, mas, segundo o secretário do Urbanismo, João Uez, a equipe de São Paulo, responsável pelo levantamento, não conseguiu hospedagem na cidade. A dificuldade ocorreu devido à realização da Surdolimpíada, que lotou a rede hoteleira da região.
— A cidade está voltada para isso, tanto na capacidade de hotéis como de deslocamento, então se achou oportuno, através de um pedido deles, a transferência — explica Uez.
O estudo é realizado pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), com sede em São Paulo. A entidade foi contratada há dois anos e a entrega era estimada inicialmente para maio do ano passado. Por conta da pandemia, contudo, o prazo acabou estendido em mais um ano.
Ao longo da realização do levantamento, técnicos visitaram áreas ocupadas irregularmente ao longo do tempo para identificar as características do terreno. As imagens e os dados capturados presencialmente serão cruzados com informações coletadas por meio de satélite e documentos cartográficos.
Os levantamentos vão resultar em dois documentos a serem entregues ao município. O primeiro é uma carta geotécnica de aptidão à urbanização. O documento aponta as áreas habitáveis do município e é obrigatório por lei federal. Ele constará no Plano Diretor do município e também guiará o planejamento urbano.
Já o segundo documento é o mapeamento de áreas de risco de nove regiões indicadas pela prefeitura. São os bairros e loteamentos Vila Ipê, Portinari, Cânion, Monte Carmelo, Diamantino, Planalto, Villa Lobos, Jardelino Ramos e Euzébio Beltrão de Queiroz.
Como são regiões de terreno acidentado, o objetivo é identificar os pontos que possam sofrer deslizamentos e outros problemas e adotar medidas para evitá-los. Em alguns casos, inclusive, não se descarta a remoção de construções que possam estar posicionadas em áreas de risco. O estudo também vai apontar áreas onde não há risco e que podem ser regularizadas.